De acordo com o instituto, vinculado ao Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, a IG permite a identificação de um produto ou serviço como originário de um local, região ou país, quando determinada reputação, característica e/ou qualidade possam ser vinculadas à origem particular. A novidade é uma garantia quanto a origem de um produto e/ou suas qualidades e características regionais.
Segundo Jorge Brandão, presidente da Associação dos Produtores Artesanais do Queijo Serro (Apaqs), entidade que representa 80 produtores de queijo associados, a IG é um instrumento de base legal para combater o que chama de pirataria do queijo. “Vamos poder provar qual é o verdadeiro queijo artesanal do Serro. Será uma forma de mostrar que este é um produto fabricado conforme um caderno de normas. Também será um jeito de preservar essa cultura da região”, argumenta.
O presidente da Apaqs descartou um eventual aumento no preço do queijo para o consumidor final, em decorrência da nova certificação, mas admitiu que, “os produtores não vêm disputando mercado com o preço compatível a um produto diferenciado”. No município do Serro, segundo Jorge Brandão, os associados vendem o queijo para a cooperativa local, que mantém um entreposto “Aqui o queijo está em torno de R$ 9 o quilo. A cooperativa paga esse valor para os produtores e mantém esse preço, mesmo no período chuvoso, de entressafra. Em outras cidades os produtores recebem de R$ 7 a R$ 8 por quilo”, acrescenta.
Para o líder dos produtores artesanais do queijo do Serro, a conquista da IG também deverá estimular a discussão entre órgãos públicos, produtores e representantes da cadeia de produção, em torno de uma demanda do segmento, que deseja comercializar também o produto em outros Estados, mas ainda encontra dificuldades para se enquadrar nas exigências do Sistema de Inspeção Federal (SIF). “Nas questões da higiene, não discutimos, pois somos totalmente favoráveis, mas precisamos de uma política federal para o queijo ser conhecido na mesa do consumidor brasileiro, tendo em vista que envolve uma atividade nas mãos de 80% da agricultura familiar e isso é um problema social. Acredito que a conquista da IG é um grande passo para discutirmos isso e chegarmos a um denominador comum”, pontua.
O extensionista do escritório da Emater-MG de Serro, Carlos Frederico Caldeira , que fez o trabalho de organização dos produtores de queijo locais, explica que a iniciativa significa uma garantia de marca. “Fica garantido o nome de queijo do Serro, que é um tipo artesanal, ligeiramente mais ácido e menor que o da Canastra. E isso agrega valor, pois o consumidor terá como diferenciar o queijo legítimo do falsificado”, diz.
Cinco regiões tradicionais
O queijo artesanal do Serro é o 14º produto brasileiro reconhecido pela IG, um dos serviços do INPI. Além do Serro, o queijo minas artesanal é produzido em outras quatro regiões demarcadas pelo Programa Queijo Minas Artesanal: Cerrado, Araxá, Campos das Vertentes e Canastra.
Por Samira Cunha
Com informações Agência Minas
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