Os professores, funcionários públicos municipais de Cantagalo, cansados da crescente falta de respeito com os profissionais da educação e demais funcionários públicos realizaram no último dia 13, manifestação na porta da prefeitura.
A professora concursada, Maria Emília Alves Maia de Souza, procurou a redação da Folha FM para informar sobre o tipo de conduta do prefeito da cidade, quanto à administração da educação do município.
Maria Emília informou que, “para conseguir nossos direitos, já adquiridos, a categoria tem que lutar por eles contra o prefeito, que não se interessa em trabalhar conosco respeitando o piso salarial nacional da classe, a adequação das 30 horas semanais, além de não levar em conta o plano de carreira”.
Disse ainda que, “além desses direitos garantidos, a categoria exige também cumprimento, também por parte do prefeito da cidade, com relação aos profissionais que participam da diretoria do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Cantagalo”, acrescentou.
Segundo a professora, a presidente do Sindicato ficou sem receber seu salário por 3 meses consecutivos, além do décimo terceiro, a ponto de ser preciso mover uma ação na justiça, no Fórum de Peçanha, para que fosse pago.
“Como no primeiro momento a causa foi perdida, o Sindicato, imediatamente, através do nosso advogado, entrou com recurso no Fórum de Belo Horizonte onde recebeu o parecer favorável, cujo prefeito foi sentenciado a pagar todos os salários em atraso e com correção”, complementou Maria.
A situação ficou tão crítica que, segundo ainda a funcionária pública, “o prefeito ainda não satisfeito, está descontando as mensalidades dos funcionários e não está repassando o dinheiro para o sindicato”, desabafou.
Maria Emília se diz tão indignada com a situação, assim como toda a classe dos trabalhadores da educação de Cantagalo, que o sindicato, sem saída, entrou com um novo processo contra o prefeito, também na Comarca de Peçanha, para que responda, dessa vez, sobre responsabilidade fiscal e improbidade administrativa”, informou.
“Cantagalo é como uma cidade sem lei, onde o prefeito não cumpre com suas obrigações, ameaça funcionários do Sindicato, além de cortar dois funcionários que eram cedidos para exercer suas funções no órgão, como forma de nos pressionar”, completou a professora.
A funcionária pública ainda disse que: “nós não vamos ceder, principalmente agora que temos a Federação Interestadual dos Servidores Públicos Municipais e Estaduais (Fesempre) junto conosco nessa luta e eu, especificamente, não tenho medo de nada e de ninguém, pois sempre digo a todos da classe, devemos sempre agir corretamente para que nada possa ser feito contra nós”, finalizou.
Em contato com o sindicato
A redação da Folha entrou em contato na tarde da segunda-feira (23) com a presidente do Sindicato, que preferiu não ter seu nome divulgado, e que informou estar enfadada com a situação.
“Se não bastasse não pagar meus salários para me forçar a voltar a exercer minha função na prefeitura e abandonar o Sindicato, para que feche as portas, o prefeito, para completar nossas agruras, ainda cancelou minha licença para exercer a função de presidente do órgão, alegando que o motivo é ainda não ter o registro junto ao Ministério do Trabalho. Só que o registro já foi solicitado e ainda se encontra dentro do prazo de recebimento e pior, ele sabe disso”, explicou a presidente indignada.
“Nesta terça-feira (24), às 14h, o prefeito se reunirá com os profissionais da classe, mas somente para discutir o piso salarial e a implantação do plano de carreira, que nunca foi respeitado e exercido no município”, finalizou a funcionária pública.
Em contato com a Secretária de Educação
A redação da Folha entrou em contato com a Coordenadora Pedagógica do município, Laudicéia Oliveira da Silva, na tarde de segunda-feira (23), que não quis falar sobre o assunto no momento que a jornalista se identificou, pedindo para que entrasse em contato no dia seguinte, terça-feira (24), às 8h.
Em contato novamente com a Coordenadora Pedagógica na manhã desta terça-feira, foi solicitado o envio das perguntas por email para que pudessem ser respondidas.
As informações que chegaram à Redação da Folha, em nota, através de email, foram assinadas pela Secretária de Educação, Valdirene Aparecida de Oliveira.
“Em resposta, afirmamos que hoje, terça-feira (24), às 14h, haverá uma reunião com uma comissão de professores e o prefeito, para que se resolva a questão do Piso salarial e Plano de Carreira. Em ofício o prefeito afirmou que o Projeto será enviado para votação na câmara na próxima reunião ordinária,que acontecerá no dia 03 de março de 2015. Lembramos que a Secretaria Municipal de Educação vem cobrando esta regulamentação desde o final de 2014, pois sabemos que é direito e mais, a valorização do professor é fundamental para que a educação se concretize e faça valer cada direito de aprendizagem do aluno”, explicou a Secretária.
E complementou, “em relação ao Sindicato pedimos que entre em contato com o setor administrativo, para as devidas considerações, uma vez que é um processo administrativo”, finalizou Valdirene.
Foram feitas, pela redação, várias tentativas para falar com o prefeito José Roberto Ferreira através de seu celular, mas todas as ligações caíram direto na caixa de mensagens. Além das inúmeras tentativas feitas através do telefone fixo da prefeitura sendo que, nenhuma das ligações foi atendida, não obtendo sucesso.
Por Folha:
Fotos enviadas por Maria Emília
Deixe um comentário