Depois dos reajustes de até 7,7% nos preços dos medicamentos, a correção dos planos médicos com validade retroativa a abril e ainda não divulgada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) também deve ser superior à inflação oficial do país, que nos últimos 12 meses terminados em março fechou em 8,13%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A expectativa das operadoras é de que o reajuste deste ano seja superior aos 9,65% aplicados em 2014 às mensalidades dos convênios individuais e familiares.
A elevação dos gastos com saúde se junta ao calvário de ajustes de preços que o consumidor vem enfrentando. Eles começaram com os alimentos, alcançaram a energia elétrica e os combustíveis. No país, cerca de 80% dos contratos de planos de saúde são coletivos e, como o mercado de trabalho mostra sinais de desaceleração, a tendência atinge diretamente o resultado do setor, termômetro do emprego formal.
A despeito da crise, a dose de reajuste para os planos coletivos também deve ser forte: estimada entre 15% e 20%.
A justificativa é que as pressões de custos das empresas superaram a variação média do custo de vida. “Acreditamos que o reajuste deva vir pouco acima do autorizado no ano passado, devido à pressão da inflação médica, que é maior que o índice oficial”, avalia o diretor-executivo da Associação Braisileira de Medicina de Grupo (Abramge), Antônio Carlos Abbatepaolo.
Peso menor
Outro nó que em 2015 pode atingir os usuários, está ligado aos investimentos. Se, por um lado, as despesas da população que paga pela saúde privada devem crescer com a pressão na alta das mensalidades dos convênios que atendem 50,8 milhões de brasileiros, os gastos do governo federal com a saúde, na contramão, tendem a reduzir.
Segundo a Abramge, o montante pago pelas operadoras de planos de saúde para custear despesas assistenciais em 2014 deverá alcançar R$ 105 bilhões (os números ainda não foram oficialmente fechados), superando pela primeira vez o orçamento federal para o setor, de R$ 98 bilhões no período.
Em 2015, não há previsão de queda na receita das operadoras, mas os recursos para a saúde pública foram restringidos pela aprovação no início do ano do Projeto de Emenda Constitucional 358 pela Câmara dos Deputados, alterando a metodologia de financiamento do Sistema Único de Saúde (SUS).
Maioria é atendida na rede privada
Na média brasileira se contabilizados todos os gastos com saúde, incluindo os municípios e estados, calcula-se que as despesas no país sejam divididas, sendo 45% de gastos públicos e 55% bancados pela população.
A conta este ano pode ficar ainda mais pesada para as famílias que já arcam com a maior fatia. A redução dos gastos públicos chega com o crescimento da inflação dos remédios e dos planos privados.
Por Estado de Minas
Foto: Internet
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