Uma simples brincadeira de Carnaval está carregada de impostos. Quem toma uma cervejinha na hora da folia paga mais da metade (55,6%) em impostos. O chope tem 62,2% do seu preço em tributos. Mas a bebida mais recheada de tributos é a caipirinha. Os impostos sobre seus ingredientes - limão, açúcar, gelo e cachaça - são 76,66% de seu preço. A pesquisa é do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT).
Se a pessoa não toma bebida alcoólica, paga impostos altos também. A garrafa de água mineral tem 44,55% de impostos e o refrigerante em lata, 46,47%. "No caso da água, o que puxa a porcentagem de carga tributária é o engarrafamento, que paga Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) alto", observa o presidente do IBPT, João Eloi Olenike.
O setor de bebida teve a tributação elevada nos últimos anos como compensação de redução tributária para alguns setores, como linha branca, veículos e material de construção. O impacto no preço foi imediato. Chope e cerveja, por exemplo, ficaram 12,99% mais caros entre janeiro de 2012 e janeiro de 2013.
Confete. Se o folião se fantasia, deixa mais dinheiro para o governo: 36,41% do preço da fantasia de tecido são impostos. Confete e serpentina são tributados em 43,83%. A tradicional dupla colar havaiano e máscara de lantejoulas carrega, respectivamente, 45,96% e 42,71% de impostos. Olenike calcula o quanto de tributos cada item traz no preço a partir de tabelas e planilhas específicas conforme o imposto.
Ao final, soma tudo - IPI, ICMS, PIS, COFINS, etc e encontra o valor para cada mercadoria. "O objetivo é contribuir para uma conscientização do consumidor a respeito do quanto ele paga em tributos, para as pessoas se motivem a lutar por uma redução da carga tributária", diz.
Olenike completa que, a partir de junho deste ano, não será mais necessário divulgar essas listas com o peso do tributo em cada produto, pois foi aprovada este ano a Lei 12.741, que obrigará às empresas, ao emitirem notas fiscais, que incluam o quanto do preço é feito de impostos. O prazo - cinco meses até junho - é necessário para que as empresas se adequem à mudança.
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