Imagine poder aprender a tocar seu instrumento do coração com um músico que lhe inspire? Essa é uma das oportunidades geradas pelo Jovem Instrumentista BDMG – que promove o aprendizado de iniciantes por meio de aulas com nomes consagrados da cena mineira. O show de encerramento da 14ª edição do projeto acontece amanhã, no Auditório do BDMG.
Ao lado dos alunos selecionados, participam os músicos e professores Santiago Réyther, André ‘Limão’ Queiroz, Adriano Campagnani, Cliff Korman, Aloízio Horta, Cléber Alves, Lincoln Cheib e Celso Moreira e o guanhanese Juarez Moreira.
Além de números solo, o espetáculo contará com uma apresentação coletiva em homenagem a Fernando Brant. Na ocasião, será executado um pout-pourri de músicas escritas pelo compositor mineiro, cujo arranjo é assinado pelo guanhanense.
“Até a criação do arranjo é uma forma de ensinar ao aluno. Como o tempo é curto, tem que ser um arranjo pragmático, que não onere esse tempo, mas que dê a oportunidade para cada um mostrar um pouco do que aprendeu”, explica Juarez Moreira, que participa do Jovem Instrumentista BDMG há dez anos.
Moreira comenta que, a cada edição, o projeto apresenta novos talentos. “Cada ano é uma surpresa. É um programa que já existe há uma década e que tem muito valor. Tanto que a maioria dos músicos que passaram por ele tem carreira profissional consistente”, defende. “É como um termômetro das novas gerações. E a meninada nova é muito talentosa. Eles conhecem várias linguagens e têm bem mais autonomia que na nossa época”, completa.
Juarez Moreira afirma que, entre outros motivos, não entrou na faculdade de música por seus pais não concordarem com a carreira artística. “Fiz seis anos de engenharia e abandonei para trabalhar com música. Essa experiência me fez achar o estudo acadêmico muito maçante, então resolvi não voltar”, relembra.
“E meus pais não queriam que eu fosse músico. Nos anos 70, quem fazia arte e cultura era alvo de preconceito. Todo mundo se espantava: ‘Nossa, você largou engenharia para mexer com música!’. Hoje, os pais não reprimem mais os filhos por serem músicos”, afirma.
O violonista defende, no entanto, que o melhor é somar os diferentes tipos de conhecimento. “Hoje, eu penso que todo jovem músico tem mesmo que estudar. Se você tem o conhecimento de rua, de tocar em bares, some esse aprendizado empírico ao formal”, defende.
Por Folha com O Tempo
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