Famosa pelos queijos, a cidade do Serro, disse não a uma mina de minério de ferro que a Anglo American pretende instalar no município. No dia 28 de outubro, o Conselho Municipal de Meio Ambiente (Codema) rejeitou o empreendimento por unanimidade.
O prefeito do município, Epaminondas Pires Miranda, adiantou que seguirá a decisão dos conselheiros e não emitirá a declaração de conformidade, requisito para que a empresa dê entrada do processo de licenciamento ambiental. “Penso que as decisões construídas por meio das reuniões do Codema devem ter o respaldo do prefeito, uma vez que esse conselho é composto por representantes de várias instituições e seguimentos sociais”, destaca Miranda.
Por meio de nota, a Anglo afirma que a conformidade diz respeito à legislação de uso e ocupação do solo no município e a empresa entende que o projeto se enquadra nessa legislação. Segundo Estudo e Relatório de Impacto Ambiental (EIA-Rima) da empresa, o projeto Serro tem como objetivo produzir 500 mil toneladas de minério de ferro por ano, para atender o mercado interno. Ainda segundo o relatório, o investimento seria em torno de R$ 85 milhões.
Um dos membros do Codema, professor Matheus Mendonça, da PUC-Serro, afirma que a votação de sete votos a zero contra a mina da Anglo American é justificada pela ameaça ambiental e cultural que o empreendimento pode significar.
“É uma área de recarga hídrica que abastece os rios Guanhães e do Peixe, e essas bacias serão diretamente afetadas. Além disso, está na zona de amortecimento do Pico do Itambé e vai afetar a comunidade de quilombolas Queimadas, reconhecida pela Fundação Palmares.”, afirma Mendonça, que é coordenador de um projeto de extensão de estudos sobre comunidades quilombolas da região.
Empregos
Potencial do empreendimento. Segundo a Anglo American, o projeto Serro vai gerar 300 empregos durante a fase de implantação e 193 quando a mina entrar em operação.
Por O Tempo/Edição Folha
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