O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) expediu nesta segunda-feira (23) uma Recomendação ao Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) de Governador Valadares, e à Samarco, que pertence a Vale e a anglo-australiana BHP Billiton, que seja dada adequada destinação ao lodo e à lama provenientes do tratamento de água na cidade. A captação de água no Rio Doce recomeçou no domingo (15). A cidade ficou desabastecida após o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG).
O documento recomenda que a Samarco arque com os custos ou dê a destinação final ambientalmente adequada aos resíduos provenientes da operação de tratamento de água, enquanto perdurar a poluição do Rio Doce causada pelo rompimento da barragem de rejeitos, de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e minimizar os impactos ambientais.
"A Recomendação orienta o Saae a não lançar os resíduos em corpo hídrico ou depositar in natura a céu aberto, acionando a Samarco, se for o caso, para que providencie a destinação por meio de reutilização, reciclagem, compostagem, recuperação, aproveitamento energético ou outra admitida pelos órgãos ambientais competentes".
Desde o dia 15 de novembro o Saae voltou a captar água do Rio Doce, utilizando o polímero de acácia negra para separar a lama. A recomendação destaca o possível incremento da quantidade de lodo e lama gerados nas estações de tratamento em razão da poluição do rio Doce e dos sedimentos encontrados no processo de decantação e a necessidade de um descarte adequado desse material, "que pode estar contaminado por rejeitos das atividades da mineradora ou por produtos químicos utilizados no tratamento da água".
Em nota, O SAAE informou que recebeu a recomendação do Ministério Público nesta terça e está acatando as orientações, e já encaminhou ao Departamento Jurídico a incumbência de acionar a Samarco para custear a coleta, tratamento e destinação do resíduo.
O SAAE afirmou ainda que já mobilizou seus técnicos para realizar os estudos e elaborar um projeto de tratamento e destinação do resíduo. "O resíduo, nada mais é, do que já está presente no Rio Doce, e enquanto não seja executado pela Samarco, o SAAE o está diluindo com água tratada e devolvendo, assim, ao rio melhor do que recebe", informa a nota.
Até a noite dessa segunda-feira (23) a mineradora não havia se pronunciado.
Por G1 Foto Internet
Deixe um comentário