No dia 23 de novembro, técnicos e pesquisadores fizeram a exumação de Chica da Silva, no cemitério da igreja São Francisco de Assis em Diamantina, para um documentário.
Ao contrário do que muitos pensavam lá não havia somente pó, mas uma ossada completa. A exumação pôde determinar a idade em que Chica faleceu, entre 55 e 65 anos, as doenças que ela já havia contraído, estatura e outras características importantes dessa figura que foi tão importante para a sociedade.
Três policiais guardavam os portões onde um grupo de curiosos, incluindo o prefeito de Diamantina, acompanhava o trabalho dos dois especialistas em medicina forense. Com passagem pelo FBI, eles retiravam uma ossada da tumba 24 do cemitério da Igreja de São Francisco de Assis.
A cena parecia um episódio de uma série policial, mas o grito de "ação" partiu do produtor e fotógrafo brasileiro Jacques Dequeker, que filmava as primeiras cenas do documentário "A Rainha das Américas", na cidade colonial de Diamantina.
Com direção da atriz Zezé Motta, o filme deve ser lançado em 2017. O tempo de produção é proporcional à megalomania: a ideia é jogar luz sobre Chica da Silva (1731/32-1796), uma das figuras mais enigmáticas da cultura brasileira.
Imortalizada por adaptações em novela e filme do livro "Xica da Siva" (1976), de João Felício dos Santos, a escrava forra e primeira negra a assumir uma posição de destaque na elite do país não tem rosto nem corpo pela falta de pinturas fidedignas.
Por Folha de São Paulo Edição Folha
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