GUANHÃES – O operador de motosserra José Anísio Magalhães de 38 anos passou por maus dias depois de sofrer um acidente de trabalho no dia 13 de julho. “Eu estava com a máquina trabalhando, quando um tolete de pau rolou, e umas farpas perfuraram a bota, a meia e o meu pé”, conta José.
O ferimento poderia ter sido tratado com mais tranquilidade se o primeiro atendimento médico tivesse sido diferente. João Anísio conta que como o sangramento ficou muito intenso, foi para o Pronto Socorro e depois de seis horas de espera, foi atendido e o médico disse a ele que não era nada. “Pedi a ele pra fazer um Raio X, mas ele me mandou pisar no chão, disse que não estava quebrado e que não era nada, mas estava muito inchado”.
De fato o pé não estava quebrado, mas com o acidente, farpas da madeira ficaram alojadas no pé de João Anísio. “Depois disso, eu só fui piorando, voltei várias vezes ao pronto socorro e só me davam remédio e atestado. Até que o médico do PSF me encaminhou para o cirurgião avaliar”.
Com o encaminhamento, João Anísio ficou mais aliviado. No dia 7 de agosto, quase um mês depois, passou pelo cirurgiçao que não demorou muito a descobrir. “Na hora que ele colocou a mão no meu pé, já sentiu e falou, ‘tem farpa de madeira aqui’”, conta.
O médico que descobriu os pequenos pedaços de madeira no pé de João Anísio é Jales Guilherme Batista, que explica o que poderia ter acontecido se o paciente permanecesse naquele estado. “Ele não ficaria com sequelas. Mas era um corpo estranho e o organismo ia reagir. Se permanecesse, poderia ter sofrido inflamações ou infecções. O procedimento foi aplicar uma anestesia local e retirar os pedaços de farpas”, diz o médico.
João Anísio já tem 15 anos de profissão e diz que trabalha com todos os aparatos de segurança. “Em breve já posso voltar a trabalhar. Depois de tirar as farpas, as minhas dores aliviaram e o meu pé desinchou. É uma falta de respeito o que alguns médicos fazem com a gente. Eu disse que tinha farpa e os médicos não acreditavam, nós não merecemos esse atendimento”, desabafa o operador de máquinas.
Por Samira Cunha
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