Embora o encontro tivesse como foco a mulher rural, a mulher urbana também marcou presença no local, já que o mesmo teve como tema, Políticas Públicas para a Mulher (interesses da mulher do campo).
A secretária da ação social de Guanhães, Júlia Ventura, extensionistas da EMATER e público presente, ouviram o Hino Nacional com olhos fixos na tela que começou retratando o mapa do Brasil e o rosto da mulher em cada Estado.
Mulheres trabalhando a terra, trabalhando na terra e toda a ação da mulher no campo. O preparo da terra, a semeadura, o plantio, a colheita, enfim, toda uma ação social de um trabalho cansativo, laborioso, que chega às nossas mesas, sem nos dar conta da importância dessa força produtiva e feminina do campo.
A engenheira agrônoma, Maria Helena Pinheiro Soares, coordenadora estadual da Emater foi a 1ª palestrante da tarde e começou falando sobre a líder sindical da Paraíba, Margarida Alves, que lutou bravamente para que a mulher do campo tivesse carteira de trabalho assinada, 13º salário e férias. “A luta da paraibana bateu de frente com os interesses dos usineiros e por isso, em 1983, foi morta aos 50 anos de idade. A sua força não morreu com ela, o seu exemplo de garra e coragem ficaram implantados nas mentes e nos corações da mulher nordestina que criou e passou a realizar de três em três anos um grande movimento denominado ‘Marcha das Margaridas”, informou.
Hidratada pelo espírito de luta, a alma da mulher nordestina não mais se aquietou diante da vida. E foi mais uma vez da Paraíba, que vieram o exemplo e a rendenção da mulher brasileira. A biofarmacêutica Maria da Penha tornou-se símbolo da luta contra a violência doméstica, depois de ficar paraplégica após um tiro dado pelo marido. A coragem da farmacêutica em denunciar o seu agressor foi transformada na Lei Maria da Penha.
Maria Helena enfatizou que “políticas públicas” é um processo de conquista, não de dádiva ou de prêmio e, foi por meio da força dessas duas mulheres que falou sobre Políticas Públicas. Explicou sobre os programas direcionados à mulher do campo.
A engenheira agrônoma ressaltou que em Minas Gerais o número de mulheres assistidas individualmente pela Emater chega a 4.250; organizações coletivas são 318 com total de 5.864 mulheres; na regional de Guanhães, das 23 organizações coletivas em 14 municípios soma um total de 434 mulheres.
Finalizando, sobre os programas nos municípios: Conselhos Municipais dos Direitos da Mulher de Minas Gerais e ressaltou que nas propostas da Conferência de Minas está Minha Casa, Minha Vida Rural.
“Todos esses programas estão ao alcance da mulher do campo, mas, é preciso que haja organização das mulheres rurais para o exercício da gestão social e, para isso, faz-se necessário participar, debater, decidir e acompanhar a execução; já na gestão de projetos coletivos, é preciso discutir os projetos”, concluiu Maria Helena.
A psicóloga Marizélia Martins Pereira foi a segunda palestrante do encontro e abordou o tema autoestima e valorização da mulher. Interagindo com o público, falou sobre a capacidade de resolver problemas tornando o ambiente descontraído e finalizando como contadora de estória que é, num clima acolhedor onde todas as mulheres ali presentes se sentiram valorizadas e conscientes da sua importância como mulher rural.
Cerca de 160 pessoas credenciadas participaram do I Encontro da Mulher Rural em Guanhães. Além de Guanhães, mulheres das cidades de Joanésia, Paulistas, Braúnas, Dom Joaquim, Virginópolis, Materlândia, Sabinópolis, Taquaral, Correntinho e indígenas do Candonga.
O encontro contou também com apresentação de dança pelo grupo da 3ª idade de Guanhães, com o ritmo forró pé de serra coreografado pelo professor Luciano e ainda a dança Sinhá sob o comando da cuidadora de idosos, Fernanda Leal.
Por Ana Gabriela Generoso
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