O guanhanense e ex-bolsista do programa Ciência sem Fronteiras, Hiago Gonçalves Vasconcelos de 23 anos, juntamente com outro estudante, Luis Felipe Marinho, natural de Capelinha, desenvolveram durante a graduação-sanduíche em uma universidade dos Estados Unidos, um projeto de pesquisa na área de Explosivos e Desmonte de Rochas.
O trabalho dos estudantes foi aprovado para apresentação técnica em uma conferência internacional da organização International Society of Explosives Engineers (ISEE), que será realizada em Las Vegas, de 31 de janeiro a 3 de fevereiro.
Hiago e Luis Felipe são estudantes do mesmo curso e da mesma instituição, graduandos do curso de Engenharia de Minas da UEMG. Hiago teve oportunidade de realizar o curso de língua estrangeira já nos Estados Unidos. “No primeiro semestre, fiz o curso de inglês em um programa de imersão da universidade e, após atingir uma pontuação no TOEFL exigida pela instituição, dei início às minhas atividades acadêmicas na University of Kentucky, onde estudei pelos outros dois semestres”, contou.
De volta ao Brasil, e em breve a Universidade, Hiago pretende partilhar o conhecimento obtido no exterior com os colegas da universidade. “Toda experiência que trouxe na bagagem será de extrema importância para ser compartilhada em sala de aula com meus colegas de curso e, também, em aplicações no campo por meio de estágios ou outros projetos científicos”, revelou.
O guanhanense reside atualmente em João Monlevade, onde cursa o oitavo período do curso de Engenharia de Minas. Ele fez intercâmbio por três anos, e por esse motivo forma ainda no final deste ano.
Em entrevista à reportagem da Folha, Hiago contou que já recebeu um convite de seu orientador, Branden Lusk, para fazer seu mestrado nos Estados Unidos, mas antes, ele ainda gostaria de ter uma experiência profissional e exercer a profissão como engenheiro de minas.
“Conversei com professores da Universidade do Rio Grande do Sul e da USP, e eles foram bem positivos com relação ao convite que recebi. Se eu não conseguir a experiência profissional quando formar, penso em fazer o mestrado nos EUA, na mesma universidade que estudei durante o intercâmbio: University of Kentucky”, afirmou.
Com relação à experiência ao exterior, os dois estudantes são enfáticos quando falam dos ganhos culturais promovidos pelo intercâmbio. “Tanto no programa de inglês como nas atividades acadêmicas tive a oportunidade de conhecer várias culturas. Por meio destes relacionamentos interculturais, pude aperfeiçoar os meus conhecimentos na língua inglesa e lapidar minhas habilidades na fala, escrita e escuta em inglês, sendo este nosso único meio comunicativo”, concluiu Hiago.
Sobre o Projeto
De acordo com uma matéria publicada no site da Fundação Capes, Ministério da Educação, os revisores da organização International Society of Explosives Engineers (ISEE) consideraram o trabalho dos estudantes brasileiros “fascinante” e com várias aplicações na área. A conferência reúne pesquisadores e profissionais da área de desmonte de rochas de todo o mundo. O projeto trata de um processo de inovação por meio da aplicação de um material comum e de baixo custo como tampão de furo de desmonte.
O projeto de inovação no processo de desmonte de rochas pode trazer melhorias à realidade brasileira e às pesquisas da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG).
“Com da aplicação de um material de baixo custo e fácil obtenção, obteve-se melhorias na ordem de 300 a 400% nos parâmetros citados anteriormente. Assim, foram alcançadas melhorias em um processo que tem se mostrado pouco mutável nos últimos anos e vale-se quase que exclusivamente de técnicas já conhecidas”, comentam os ex-bolsistas.
Os alunos acreditam que, eventualmente, será possível reduzir custos de produção de minério por meio da aplicação e avanço dessa linha de pesquisa.
Por Folha com Fundação Capes
Foto: Arquivo Pessoal
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