Esse novo mercado já conquistou milhares de adeptos e surge com uma nova opção de fonte de renda
Quando se fala em brechó, muita gente pensa em um lugar físico para se desfazer de roupas antigas, fora de moda, sem muito uso e que só estão à venda porque ninguém quer mais.
Mas esse conceito está mudando, já que muitas mulheres e também homens estão vendo na rede uma forma de aumentar a renda. Os “novos” brechós vendem produtos bons, às vezes até de marcas renomadas, muitas vezes, em perfeito estado de conservação.
Em Guanhães, um grupo no facebook está fazendo o maior sucesso com o “Brechó Trapos de Luxos Guanhães”, que a cada dia que passa conquista mais adeptos da cidade e também da região, movimentando assim, o comércio online.
O “Brechó Trapos de Luxo Guanhães”, segundo estatísticas do facebook, foi criado há quase um ano e já possui quase três mil membros. A página é administrada por quatro mulheres e uma delas é a auxiliar administrativa de 21 anos, Islânia Rocha. “O grupo foi criado pela Maria Mariana, que creio eu, seja um fake, e fui escolhida para administrar o grupo porque participo ativamente há mais ou menos uns quatro meses”.
Fato interessante é que as quatro não se conhecem pessoalmente, como explica Islânia. “Nós quatro não nos conhecemos pessoalmente, mas criamos um vínculo de amizade. Acredito que o motivo que a Maria criou o grupo seja o mesmo pelo qual eu criaria; muitos têm em casa produtos, objetos, móveis, roupas que não são úteis para o consumo ou uso das mesmas e muitas coisas que não possui mais utilidade pra gente pode sim servir para outras pessoas”, opinou.
Uma das adeptas dessa nova modalidade de compra e venda é a secretária de 26 anos, Crislany Oliveira, que começou a comprar em brechós há aproximadamente 2 anos. “Antes tinha receio de comprar algo usado. Mas fui vendo que não é bem assim e que, a cada dia, mais pessoas compram em brechós, principalmente os online”.
Crislany também contou como foi inserida nesse mercado online. “Foi vendo minhas amigas experimentarem que resolvi testar, começando a comprar. Penso que os brechós são uma ótima opção para quem quer comprar algo com um precinho bacana. Há vários produtos e vendedores, por isso é preciso saber negociar. Tem produtos que realmente estão conservados e que valem a pena, mas em alguns casos, e já tive algumas experiências, os produtos não estão bons para serem usados”, conta.
A secretária faz um alerta para quem quer vender ou comprar em brechós online. “Devemos ter bastante cuidado, pois pode se tornar muito perigoso. Na maioria das vezes não conhecemos as pessoas que estamos negociando. Geralmente não faço essas vendas em casa, prefiro levar até a pessoa. Desde que comecei a vender nunca tive problemas maiores como alguém não devolver o produto ou até mesmo não pagar”. E prossegue: “ já vi experiência de vendedoras terem problemas desse tipo, isso me fez ficar mais atenta”.
Outra participante de grupos de brechós online é a estudante de biomedicina de 24 anos, Jalline Batista. A jovem tem o costume de apenas vender artigos. “Comecei a vender quando o grupo foi feito. Vendo bastante coisas como roupas, acessórios que não uso mais e algumas vezes peças que comprei e nunca usei”.
Jalline compartilhou que já teve que lidar com situações diversas. “Já vendi a prazo para três pessoas, uma me deu o maior problema, falando que tinha depositado e foi uma mentira, a outra custou a pagar e ainda tem mais uma que há dois meses me deve e quando vou cobrar arruma uma desculpa. Esses percalços acontecem não só no mundo virtual, mas também no real”, observa.
Devido a situações como esta, a administradora do grupo online revelou que estão sendo tomadas todas as providências para que não aconteçam casos de pessoas que não pagam pelo produto ou não os devolvem. “Sei que no grupo ocorrem casos de vendas não por desapego, mas por necessidade financeira e por esse motivo exigimos que as pessoas ajam de forma honesta. Infelizmente já ocorreram casos graves. Quando isso acontece, entramos em contato com o integrante e procuramos saber o que realmente aconteceu e quando constatamos que o indivíduo não tem a intenção de pagar, aconselhamos a vítima a buscar ajuda judicial e removemos a pessoa do grupo para que ela não faça novas vítimas”, finaliza.
Por Folha com colaboração estagiário Diego Rafael Fotos arquivo pessoal
Deixe um comentário