Endêmica em 47 países, a leishsmaniose, doença infecciosa transmitida pela picada de um mosquito, é preocupação também no Brasil, onde mais de 3 mil casos são registrados por ano, de acordo com o Ministério da Saúde.
Quase 10% deles são de moradores de Minas, terceiro Estado com maior número de registros, perdendo apenas para Maranhão e Ceará, em primeiro e segundo lugar, respectivamente.
Na Semana Nacional de Controle e Combate à doença, que começa hoje, especialistas alertam para a importância de ações preventivas de eliminação do vetor, o mosquito palha, e proteção dos cães, principal hospedeiro do parasita na área urbana.
A recomendação, além de manter quintais limpos e livres de matéria orgânica, é utilizar coleiras repelentes e vacina, que protegem os bichos da contaminação.
“O principal vilão da leishmaniose é o mosquito, que encontra no nosso ambiente condições favoráveis para se multiplicar. Por causa disso, é sempre melhor prevenir do que tratar, daí a importância da vacina em conjunto com a coleira”, explica o veterinário Bruno Divino, vice-presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária de Minas Gerais (CRMV/MG).
TRATAMENTO GRATUITO
Sistema Único de Saúde (SUS) oferece diagnóstico e tratamento gratuitos para casos da doença em humanos. Para o Ministério da Saúde, porém, manter animais infectados é um risco para a população, já que os cães medicados deixam de apresentar os sinais clínicos da doença, mas continuam sendo fonte de infecção para o vetor.
Quase 40 pessoas doentes por mês nas cidades de Minas
Mais de 200 pessoas, que vivem em municípios mineiros, tiveram diagnóstico positivo para leishmaniose no primeiro semestre deste ano. Os casos representam média de 38,5 pacientes infectados a cada mês e já superam os registros do mesmo período do ano passado, quando foram contabilizadas 198 ocorrências positivas de leishmaniose em humanos.
Segundo a Secretaria de Estado de Saúde (SES), os focos do mosquito vetor estão concentrados em Belo Horizonte e região metropolitana, no Norte de Minas e Vale do Aço. Até o ano passado, a doença esteve presente em 23% das cidades mineiras.
“O surgimento em Minas é histórico. Registramos casos há mais tempo do que outros estados. De 2010 a 2014, a doença esteve em 194 dos 853 municípios”, esclarece a coordenadora de Zoonoses e Vigilância de Fatores de Risco Biológico da SES, Mariana Gontijo.
Por Hoje em Dia Foto: Lucas Prates/Hoje em Dia
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