Ao contrário do que pode parecer, cabelo não é um assunto fútil, ele vai além, e é sim símbolo de empoderamento feminino. A forma como as pessoas se relacionam com seus cabelos dentro de uma cultura é bastante reveladora: são símbolos, indumentários, acessórios e maneiras de apresentação que falam sobre os valores de uma sociedade.
O cabelo tem uma enorme importância política e identitária, visto que aquilo que é considerado mais belo é, invariavelmente, considerado melhor.
Em terra de chapinha, quem tem crespo/ondulado/cacheado é rainha?
São poucas as pessoas que aceitam os crespos e são poucos os tipos de cachos que são elogiados. Todos os dias, crianças e adultos com cabelos crespos e cacheados são pressionadas a fazer intervenções químicas.
Quase todo o processo de alisamento começa na adolescência. É comum observar nos relatos das mulheres a dureza em enfrentar o pré-conceito ainda tão novas e começando a exercitar a vaidade.
Mas, as mulheres vêm quebrando essa ditadura de que “apenas o liso é bonito”. É perceptível que os cabelos cacheados têm conquistado, nos últimos anos, um grande número de adeptos, que deixaram de lado o alisamento e assumiram cabelos naturais como forma de resistência contra padrões de beleza que não abrangem esse grupo. Por este motivo, a volta aos cachos pode ser sim considerado além da estética.
É importante lembrar que “metade de aceitação” não existe: a quebra de paradigmas acontece por completo, ou não acontece. Devemos celebrar os cabelos ondulados/ cacheados/crespos seja ele loiro, castanho, preto, ruivo, branco e não deixar que as diversas texturas dos fios sejam invisibilizadas e, literalmente, podadas por conceitos racistas de beleza.
Por Folha com informações sites especializados
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