Rebanho em Minas Gerais é reduzido em 25% em um ano
Alimentos até 186% mais caros
A crise hídrica que atinge Minas Gerais afetou também o rebanho bovino e tem deixado milhares de pecuaristas amargando prejuízos em diferentes regiões do Estado.
Em um ano, por causa da longa estiagem, o rebanho foi reduzido em cerca de um milhão de cabeças – uma queda de 25% entre 2013 e 2014.
De acordo com informações do presidente da Associação dos Sindicatos de Produtores Rurais do Norte de Minas e do Jequitinhonha (Aspronorte), José Aparecido Mendes Santos, desse total, cerca de 800 mil cabeças foram vendidas para outros Estados e 200 mil morreram por falta de alimentação.
“A situação, que já era difícil há pelo menos três anos, agora está crítica. Com essa seca, a pior dos últimos 60 anos, amargamos uma perda de, no mínimo, 40% da produção pecuária”, revelou.
Alimentos até 186% mais caros
Calor e falta de chuva fazem produção de algumas culturas cair até 60%, e preços disparam na Ceasa
A seca já está impactando o preço dos alimentos. O calor intenso e a falta de chuva estão matando a produção e, com produtos mais escassos, os valores disparam.
Na Ceasa Minas, vários produtos subiram bem acima da inflação na comparação entre os primeiros 20 dias de dezembro de 2014 e o mesmo período de janeiro de 2015. Enquanto a prévia para a inflação de janeiro, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) divulgado pelo IBGE, é de 0,89%, o chuchu, por exemplo, subiu 186% no período indicado.
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Para os produtores, a seca é uma das principais causas para a diminuição da produção e consequente aumento dos preços. “A produção desta safra será até 60% menor do que a do ano passado, isso acaba impactando no preço”, explica o produtor de abacate Edson Pimentel Neto.
O professor aposentado Fernando José Ferreira Quintão, 66, percebeu na semana passada o aumento dos preços. “Estive no sacolão, na última quinta-feira, e senti que alguns preços dobraram em relação aos valores de dezembro. Comprei menos e paguei mais”, afirma. Quintão citou, entre produtos que subiram de preço, a laranja, o abacaxi e a couve-flor.
Um dos motivos deste aumento é que a seca gera custos maiores para os produtores. Segundo a presidente da Associação Comercial, Industrial e Agropecuária de Pirapora (Aciapi), Flávia Tatiana Ribeiro de Oliveira, produtores investem em equipamentos para salvar a produção.
Perda. Segundo o produtor de batatas José Carlos de Paula, sua produção será 20% menor do que a do ano passado em função da seca. “O produto já sai cozido da terra ou podre”, lamenta.
Por O Tempo
Foto: O Tempo
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