Neste período do ano, a população deve ficar atenta ao aparecimento de escorpiões nas casas das áreas rurais e urbanas.
As estações da primavera e verão coincidem com a fase reprodutiva de animais peçonhentos e, além disso, os escorpiões acabam desabrigados em consequência das inundações, o que faz com que eles saiam de seus habitats naturais e invadam com maior frequência as residências.
De acordo com o setor de epidemiologia e endemias de Guanhães, no ano de 2014 foram notificados 49 casos de acidentes por picada de escorpião. Já neste ano, até o momento ocorreram 37 acidentes pela picada do aracnídeo.
Segundo a coordenação do setor, nos últimos meses está ocorrendo um número maior de aparecimento de escorpiões na cidade, devido ao período, e desta forma é necessário que algumas medidas simples sejam tomadas, para evitar acidentes.
Prevenção
Ainda segundo a vigilância epidemiológica, as medidas de controle e manejo populacional de escorpiões baseiam-se na retirada/coleta dos escorpiões e modificação das condições do ambiente, a fim de torná-lo desfavorável à ocorrência, permanência e proliferação destes animais.
Na área externa do domicílio deve-se:
• Manter limpos quintais e jardins, não acumular folhas secas e lixo domiciliar;
• Acondicionar lixo domiciliar em sacos plásticos ou outros recipientes apropriados e fechados, e entregá-los para o serviço de coleta. Não jogar lixo em terrenos abandonados;
• Limpar terrenos e lotes situados a cerca de dois metros (aceiro) das redondezas dos imóveis;
• Eliminar fontes de alimento para os escorpiões: baratas, aranhas, grilos e outros pequenos animais invertebrados;
• Evitar a formação de ambientes favoráveis ao abrigo de escorpiões, como obras de construção civil e terraplenagens que possam deixar entulho, superfícies sem revestimento, umidade etc;
• Remover periodicamente materiais de construção e lenha armazenados, evitando o acúmulo exagerado;
• Preservar os inimigos naturais dos escorpiões, especialmente aves de hábitos noturnos (corujas, joão-bobo, etc.), pequenos macacos, quati, lagartos, sapos.
Ao contrário do que muitos pensam, galinhas não são eficazes agentes controladores de escorpiões;
• Evitar queimadas em terrenos abandonados, pois desalojam os escorpiões;
• Remover folhagens, arbustos e trepadeiras junto às paredes externas e muros;
• Manter fossas sépticas bem vedadas;
• Rebocar paredes externas e muros para que não apresentem vãos ou frestas.
Na área interna dos domicílios deve-se:
• Rebocar paredes para que não apresentem vãos ou frestas;
• Vedar soleiras de portas com rolos de areia ou rodos de borracha;
• Reparar rodapés soltos e colocar telas nas janelas;
• Telar as aberturas dos ralos, pias ou tanques;
• Telar aberturas de ventilação de porões e manter assoalhos calafetados;
• Manter todos os pontos de energia e telefone devidamente vedados.
Em áreas rurais, a preparação do solo para plantio pode promover o desalojamento de escorpiões de seu habitat natural (barranco, cupinzeiros, troncos de árvores abandonadas por longos períodos).
A dedetização funciona?
De acordo com informações das coordenadoras do setor de Vigilância Epidemiológica e Endemias, Neusa Mendes e Vera Lúcia, não, o controle químico não é eficaz.
O hábito dos escorpiões de se abrigarem em frestas de paredes, embaixo de caixas, papelões, pilhas de tijolos, telhas, madeiras, em fendas e rachaduras do solo, juntamente com sua capacidade de permanecer meses sem se movimentar, torna o tratamento químico ineficaz.
Além das medidas, neste período de maior aparecimento, a população deve ainda:
Não deixar roupas jogadas no chão;
Não calçar sapatos antes de verificar seu interior;
Caso encontrar algum escorpião, se possível capturá-lo vivo e ligar para a Vigilância epidemiológica e Endemias para providências.
Em caso de acidente por picada de escorpião, a vítima deve ir imediatamente ao Hospital para avaliação médica.
O veneno do escorpião atua principalmente no sistema nervoso - ação neurotóxica. A substância provoca dor intensa, abaixa a temperatura do corpo, acelera a pulsação e pode matar. Em crianças e idosos, os riscos são maiores.
Por Folha
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