Os dados são alarmantes, 172 mil adolescentes mineiros estão longe das salas de aula.
Em todo o país, o número chega a 1,7 milhão. Eles são os “invisíveis” na demanda por uma vaga no ensino médio – e nesse universo a necessidade de trabalhar está entre as principais causas da evasão escolar. A redução das vagas no período noturno é mais uma das formas de exclusão.
“A relação com o trabalho diz respeito à sobrevivência e à possibilidade de menino viver sua juventude, porque ele quer comprar uma roupa, sair com a namorada. É a escola que tem que se adaptar à realidade dele, e não o contrário”, destaca o doutor em Educação Juarez Dayrell.
Segundo ele, em 2008, uma grande pesquisa sobre os motivos de evasão escolar constatou a falta de interesse como fator de desistência do aluno à época. “Quando falamos isso, parece que o problema é o aluno, mas quando a gente se aproxima do cotidiano escolar, nós vemos que há um conjunto de fatores que produzem essa falta de interesse: a aula chata, o professor, a dificuldade, o cansaço do aluno que trabalha”, diz Dayrell.
Há que frisar que a responsabilidade pela evasão não é apenas da escola. Professores em instituições inseridas em comunidades carentes e violentas perdem muitos alunos para o crime – aí incluído o tráfico de drogas – e para a prostituição.
“Ele quer ter renda, mas não consegue emprego. Daí ele procura o dinheiro fácil”, conta um docente.
Por O Tempo
Foto: Internet
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