Segundo José Geraldo Gonçalves Ferreira, 34, médico e membro do grupo Cruzada pela Vida, que defende a manutenção da ilegalidade do aborto, a interrupção voluntária da gravidez é cruel. “As técnicas de aborto são abomináveis e ninguém fala nada sobre isso. Não é certo tirar a vida de uma criança inocente”, afirma.
Em defesa da ilegalidade do aborto, Ferreira organiza a III Jornada Contra o Aborto, que ocorre amanhã na Associação Médica de Minas Gerais de Belo Horizonte. No evento, ele promete apresentar embasamento científico para provar que a vida tem início já no embrião. “Cheguei a essa conclusão tanto baseado nos argumentos científicos da embriologia, quanto nos religiosos”, afirma.
Já a pesquisadora de gênero e feminismo Amanda Santos considera que não há consenso na ciência sobre o início da vida. Segundo ela, embora sejam raros, há cientistas que atribuem o início da vida à fecundação. Outros tantos acreditam que o marco do início da vida está na formação do sistema nervoso central, que acontece por volta do terceiro mês de gravidez. “O estado precisa garantir a liberdade e a segurança da mulher para agir sobre seu corpo da maneira como acreditar ser a mais correta”, conclui Amanda.
O Projeto
O texto protocolado anteontem por Wyllys determina que a interrupção da gravidez poderá ser realizada nas doze primeiras semanas, tanto pelo SUS quanto pela rede privada.
Atualmente, o aborto no Brasil constitui crime, de acordo com o Código Penal, que estabelece duas situações como exceções à regra: o risco à vida da gestante e a gravidez decorrente de estupro.
Por O Tempo
Foto: Internet
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