O ajuste fiscal anunciado pelo governo vai apertar o cerco também à vaidade dos brasileiros.
Terceiro país onde a indústria da beleza mais cresce no mundo, o setor movimenta ao ano acima de R$ 40 bilhões e conta com consumidores fiéis, que investem alto para manter a boa aparência.
Como medida do ajuste fiscal proposto pelo governo, a partir de maio, o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) vai incidir também para o atacadista. A indústria fez as contas e prevê que a fatura vá ficar pesada para o consumidor, que deverá pagar, em média, 12% a mais pelos cosméticos, no varejo ou no salão de beleza. A alta bem acima do teto da meta de inflação prevista para este ano, de 6,5%, vai incidir sobre batons, sombras e outros produtos .
Diante do aperto no bolso do consumidor, os salões de beleza terão que enfrentar também outro revés, o do câmbio. Como vários produtos são importados, não haverá saída. Pessimista, a indústria já prevê que a medida provoque queda nas vendas. De acordo com projeção da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosmésticos (Abihpec), a redução será de 17%.
O Decreto 8.393 faz parte do ajuste fiscal que prevê o corte de gastos e aumento de impostos. A medida estabelece que o IPI passe a incidir não apenas sobre a industrialização do produto, como ocorre hoje, mas também sobre a distribuição, que inclui os custos indiretos de inserção do produto no mercado. A medida vale a partir de maio.
“Ele contraria a própria definição do IPI, que é sobre produtos industrializados, mas agora também envolve outras áreas de negócios do setor de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos, o que não tem sentido algum”, critica a Abihpec, por meio de nota.
Por Estado de Minas
Foto: Estado de Minas
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