Ela está presente em vegetais verdes-escuros, como o espinafre e o brócolis, e em frutas como o abacate, mas também pode ser encontrada no queijo prato. Substituta do urucum, corante natural extraído de uma planta, a luteína mantém a cor amarelada da iguaria tipicamente mineira e de quebra ajuda a garantir a boa saúde dos olhos.
A troca de uma substância por outra vem sendo testada por pesquisadores da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) de Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, que há cerca de cinco anos descobriram que poderiam modificar a composição do produto sem alterar as propriedades dele. Melhor ainda, colaborariam com a saúde do consumidor.
Essencial
Corante natural que ajuda a dar cor a uma série de alimentos, a luteína não é produzida, mas é essencial para a saúde do corpo, sobretudo dos olhos, ajudando a prevenir a catarata, principal causa de cegueira reversível no mundo, e a degeneração macular, lesão que compromete a nitidez da visão.
Engenheira de alimentos e pesquisadora da Epamig, Denise Sobral explica que os testes feitos em laboratório mostraram que é possível obter a quantidade diária recomendada de luteína em cerca de 100 gramas do queijo tipo prato – segundo mais consumido no Brasil.
Ao longo de três anos, foram fabricadas unidades com luteína, adicionada ao leite, e realizadas análises para verificar o grau de absorção da substância no produto pronto. Além disso, foram avaliadas composição, textura, microbiologia e a coloração. Nenhuma das características originais foi alterada.
De laboratório
A substância utilizada em Juiz de Fora é produzida em laboratório e tem aspecto semelhante ao do urucum: um pozinho avermelhado. A concentração, superior à do corante vegetal, não altera as propriedades, mas pode deixar o produto mais salgado na mesa do consumidor. “Encareceria em até 30%”, acrescenta a pesquisadora.
Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), não existem no Brasil produtos sendo avaliados pela área de medicamentos novos, pesquisas e ensaios clínicos que disponibilizem a luteína para o ser humano.
O queijo prato modificado feito em Juiz de Fora já passou por todos os testes. Faltam agora encontrar parceiros interessados em comercializá-lo. “A próxima etapa é entrar em contato com indústrias para ver se há interesse em utilizar a tecnologia”, diz Denise.
Por Hoje em Dia
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