Na tarde dessa quarta (6), a presidente da Ascamarg, Claudiana Felícia, entrou em contato com a Folha FM, para fazer um desabafo, que foi ao ar no quadro Comunidade Reclama, na edição desta quinta (7), no Jornal da Folha.
Confira:
“Para fugir da morte e salvar meus três filhos tive que sair do meu barraco às pressas, pois aquelas rachaduras que citei várias vezes na reunião da câmara abriram mais, fazendo com que a água da chuva invadisse minha casa. Perdi todos os meus móveis e sobrou pouca coisa. Resolvi usar um cômodo lá no galpão da reciclagem para guardar o que sobrou. Durmo na casa de uma de minhas colegas, meus filhos dormem na casa da minha mãe e durante o dia ficam na casa da vizinha.
O que chegou aos ouvidos do prefeito foi que eu havia invadido o local para usar como moradia, e imediatamente ele mandou duas notificações: a primeira foi na tarde de terça, determinando à associação o prazo de dez dias para desocupar o local e devolver todos os maquinários para a prefeitura, sendo que alguns deles foram doados para nós.
A outra notificação foi na tarde de quarta (6), solicitando a minha retirada do local no prazo de 24 horas. Caso contrário eles voltariam com uma ordem judicial, e jogariam minhas coisas na rua.
Agora me pergunto, por que tanta perseguição? Só guardei no galpão o que me restou. Não estou fazendo uso de moradia, guardei lá porque estou passando por dificuldades. Meu marido está desempregado, não tem condições de pagar aluguel.”
Retorno:
A Folha FM entrou em contato com a Prefeitura Municipal, que confirmou as duas notificações: da saída da Claudiana (presidente da associação) do galpão, e também de toda a associação.
De acordo com o Procurador do município, Vinícius Pimenta, a catadora está morando no local, ocupando o refeitório com as coisas dela, o que não é permitido. Por esse motivo foi notificada a sua retirada.
Ainda de acordo com ele, a associação também foi notificada para deixar o local, devido às diversas irregularidades nos documentos, que não foram sequer renovados para o novo convênio. Além disso, o município recebeu uma multa da Polícia Ambiental, pelo fato de o local estar tendo focos de incêndio.
Ele informou ainda, que a Ascamarg também não tem prestado contas ao município, e que o município está tendo problemas com os caminhões de lixo, pois os catadores trancam o portão do galpão, atrapalhando o serviço destes funcionários.
Quanto ao maquinário, segundo o procurador, ele foi apenas cedido pelo Município, e deve permanecer no local.
Por Folha
Deixe um comentário