Para resolver a situação do irmão, Adilson foi até a promotoria de justiça, onde conseguiu uma autorização para que a consulta fosse agendada no PSF responsável pela cadeia, que é o do Bairro Nova União (Agroder). A partir disso, a Polícia Militar recebe um ofício para fazer a escolta do detento. “Consegui resolver não só a questão do meu irmão, mas também a de outro detento que está sem medicamentos. Se o médico não vai até lá, alguma comunicação tem ser feita com os familiares”, diz Adilson.
Mediante a reclamação, a produção da Folha FM entrou em contato com a delegada responsável pela cadeira, Meire Cardadeiro, que explicou a atual situação. “Existe um acordo com o Ministério Público para que um médico faça esse atendimento uma vez por semana; o Consep quando entregou as obras, providenciou uma sala só para isso, mas só que os médicos não vão”, disse.
De acordo com Cardadeiro, os detentos que estão visivelmente doentes, são levados para o atendimento de emergência. “Em muitos casos é difícil agendar porque não sabemos se a pessoa está realmente passando mal. Consultas normais deveriam ser feitas lá mesmo, nem precisaria levar para o hospital. Até porque, não era para a Polícia Civil estar com a cadeia, não é responsabilidade nossa. Só estamos porque não tem jeito mesmo. Mas os civis já entraram com recurso para não transportar preso, não é função deles. A função deles é investigar. Mas a gente transporta, porque não tem jeito”, esclarece.
Promotor espera por solução do município
Sobre o acordo com o Ministério Público, o promotor de justiça Jorge Rodrigues diz que o município está tentando encontrar soluções para a atual situação. “Quando o fato é de urgência, é feita escolta. Mas o agente de saúde tem que fazer a triagem periódica, como faz nas residências e, havendo necessidade, ele é o responsável pelo agendamento”, esclarece o promotor.
Segundo informações de Jorge Rodrigues, os atendimentos dos agentes devem ser feitos, no máximo, a cada quinze dias. “Quando eles são agendados, contamos com o forte e ágio apoio da Polícia Militar que está se dispondo a fazer essas escoltas, porque os agentes civis conseguiram uma decisão judicial, junto ao Tribunal de Justiça, alegando que não é obrigação deles, prestar esse serviço”, comenta.
Enfermeira garante que agentes estão atuantes nas visitas
Segundo informações da coordenadora do PSF, a falta de atendimento médico dentro da cadeia é uma medida de segurança. “Lá não tem ambulatório, um local adequado para os médicos atenderem aos presos”, alega Priscilla Lacerda.
Ainda segundo a enfermeira, os agentes fazem as visitas semanalmente e no decorrer do mês, atingem a todos os presos com o serviço de triagem. “Atendimentos para gestantes e hipertensos, por exemplo, são agendados e a PM faz a escolta. Mas nós realmente não podemos e não temos equipe e estrutura no local, para fazer esse atendimento. O nosso canal de informação é o agente de saúde”, garante a enfermeira sobre as visitas.
Por Samira Cunha
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