Lousas digitais interativas para “prender” a atenção dos alunos, aumentar a qualidade do ensino e deixar professores longe do giz e do apagador podem ser o exemplo mais recente de desperdício de dinheiro público em pelo menos sete municípios de Minas.
Há suspeita de que os equipamentos – comprados por valores entre R$ 11 mil e R$ 18 mil, cada um – tenham sido superfaturados e custado ao poder público cerca de oito vezes mais do que deveriam.
As lousas foram repassadas às prefeituras de Santa Luzia (Região Metropolitana de Belo Horizonte), Conselheiro Lafaiete, Itabirito e Juatuba (região Central), Carmésia (Vale do Rio Doce), Bom Despacho e Arcos (Centro-Oeste), em 2011 e 2012.
Só que o Ministério da Educação (MEC) oferece a aparelhagem a estados e municípios, por meio do Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação (FNDE), por R$ 2.253,70, sendo R$ 1.825 o computador interativo e R$ 428,70 o projetor. Na ponta do lápis, 698,93% a menos do que o negociado pelas administrações municipais.
Pacote
Além disso, documentos obtidos pelo jornal Hoje em Dia sugerem que, depois de adquirir os produtos, os gestores teriam que licitar um contrato para manutenção e liberação do software com as aulas, capacitação dos professores e prestação de assistência técnica.
O contrato com a prefeitura de Santa Luzia, por exemplo, consumia R$ 134 mil por mês, pagos à mesma empresa que vendeu os equipamentos. Desconfiado de superfaturamento e temendo um rombo no caixa do município, o atual prefeito, Carlos Calixto (PSB), mandou retirar todas as lousas interativas das escolas. O serviço de manutenção foi cancelado em fevereiro deste ano e o maquinário, levado para o almoxarifado.
A compra da aparelhagem (computador e projetor) aconteceu em 2011. Na época, 28 “quadros eletrônicos” custaram R$ 342 mil, fora o contrato de R$ 1,6 milhão para dar “suporte” ao serviço. Quem venceu as licitações foi a empresa Ensino Mais Fácil Tecnologia Ltda, do Rio de Janeiro.
Com Portal Hoje Em Dia
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