Nas primeiras horas da manhã dessa quinta-feira (18) um funcionário da Funai que trabalha em Carmésia foi levado pelos Pataxós para a aldeia. O motivo do “confinamento” é que os líderes da tribo se reuniram com índios do Espírito Santo e Vale do Mucuri e ocuparam ontem o prédio da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Governador Valadares. Eles exigiram a exoneração da administradora regional da fundação, Edelvira Turetta, no cargo desde 2009.
A manifestação começou por volta das 8h30. Quando os índios chegaram na Funai encontraram os portões trancados. Eles quebraram o cadeado e invadiram o local. Os dois seguranças foram levados para o segundo andar do prédio e foram mantidos como reféns. “Não queremos violência e sim um movimento pacífico. Porém, se a polícia invadir vai colocar em risco a vida dos dois seguranças. Eles estão bem, estão sendo alimentados e até falaram por telefone com seus familiares”, garantiu um dos índios no local.
Os dois vigilantes foram mantidos reféns por mais de dez horas e só foram liberados no início da noite, após acordo com o Ministério Público Federal.
Em Carmésia, segundo informou o Sargento Julimar, a ação foi pacífica. “Os índios aqui são muito tranquilos, só levaram o representante para a aldeia como forma de pressionar a Funai. Por volta das 19h, assim que a negociação terminou, um índio trouxe ele de volta à cidade” comentou.
Entendimento
Edelvira se reuniu com o procurador da República Bruno Magalhães e com o delegado de Polícia Federal Cristiano Campidelli, que intermediou as negociações. “Assumimos um compromisso com os índios e as reivindicações serão ouvidas numa audiência pública” afirmou Campidelli.
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