Os protestos dos caminhoneiros interditam na manhã desta segunda-feira (2) rodovias federais da Região Sul do país.
As manifestações começaram há duas semanas e a categoria pede redução do preço do combustível e aumento do valor do frete.
Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF) de Santa Catarina, no estado há seis pontos de bloqueio na BR-163 nos municípios de Guaraciaba, São José do Cedro e Guarujá do Sul e na BR-282, em Pinhalzinho, Maravilha e São Miguel D'Oeste.
A PRF do Rio Grande do Sul registra manifestações no estado na BR-116, em Camaquã, na altura do quilômetro (km) 397, na BR-386, em Soledade, no km 243, e em Fontoura Xavier, no km 268. Há também bloqueios na BR-392, em São Sepé (km 297) e em Cerro Largo (km 658) e na BR-472, em Santa Rosa (km 155).
O chefe da comunicação da PRF do Paraná, inspetor Wilson Martines, informou que os caminhoneiros não ocupam as pistas das estradas federais do estado, mas estão parados no acostamento do km 136 da BR-376, em Nova Esperança, no km 7 da BR-163, em Barracão, e no km 112 da BR-376, em Paranavaí. “Estamos negociando a passagem dos caminhões de carga que querem passar”, disse o inspetor.
Em nota divulgada ontem (1°) sobre as manifestações dos caminhoneiros nas estradas do país, a Secretaria-Geral da Presidência da República informou que o governo vai ampliar a presença das forças policiais para garantir o cumprimento das decisões judiciais e a desobstrução das rodovias, em busca de garantir o direito ao trabalho e o abastecimento da população.
Brasília
O movimento nacional dos caminhoneiros, sob a liderança do motorista catarinense Ivar Luiz Schmidt e que desde a semana passada provoca bloqueios em estradas, desabastecimento e confrontos em vários pontos do país, promete levar hoje os seus protestos à Praça dos Três Poderes, em Brasília.
Em vídeo publicado ontem nas redes sociais, o líder conclamou a categoria a realizar um buzinaço na capital federal durante toda esta segunda-feira (2) “contra a indiferença e a corrupção do governo”. Pelos seus cálculos, ao menos 5 mil veículos pesados devem atender ao seu chamado.
Os caminhoneiros argumentam argumentou que as bandeiras do movimento, como redução do preço do diesel, melhora dos valores dos fretes e aprovação imediata da chamada Lei dos Caminhoneiros, que regula as condições de trabalho da classe, não foram atendidas.
A palavra mais usada por eles é “revolta”, negando o acordo brandido pelo governo nos últimos dias. “Estamos pagando para trabalhar” foi outra frase recorrente.
Os novos rumos dos acontecimentos se devem a erros do Planalto. Na quarta-feira (25), o governo se reuniu com líderes de entidades de transportadores e trabalhadores do setor, para negociar um acordo.
Governo e entidades anunciaram o fim dos bloqueios e os caminhoneiros descartaram qualquer acordo e decidiram pela continuidade do movimento.
Na noite de ontem, domingo (1167), no restante do país, o movimento perdeu força.
Foram registrados bloqueios em três estados: Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.
Para esta segunda-feira (2), em Minas, havia articulações para protestos no Triângulo Mineiro.
Lei dos Caminhoneiros sancionada
A presidente Dilma Rousseff vai sancionar nesta segunda-feira (2) sem vetos, a nova Lei dos Caminhoneiros.
Por meio de nota, o Palácio do Planalto informou que a decisão foi tomada diante da liberação de quase todas as rodovias federais e da redução das manifestações de caminhoneiros.
A nova lei assegura aos profissionais a isenção de pagamento de pedágio para eixo suspenso de caminhões vazios, perdão das multas por excesso de peso expedidas nos últimos dois anos e ampliação de pontos de parada para descanso e repouso.
Além disso, a nota informa que o governo vai negociar com o Congresso prorrogação por 12 meses das parcelas de financiamentos de caminhões adquiridos pelos programas ProCaminhoneiro e Finame do BNDES.
Antes do anúncio da Presidência no fim da noite de ontem, Ivar Schmidt, do Comando Nacional de Transporte, um dos líderes da categoria, diz que o governo não atendeu a reivindicações do grupo de caminhoneiros que decidiu manter o bloqueio das estradas, mesmo após o primeiro acordo fechado na semana passada.
Schmidt, que afirma controlar bloqueios nas estradas federais e estaduais em sete estados do país, disse que apresentou ao governo uma pauta com sete reivindicações, sendo uma das principais a criação do preço mínimo do frete.
Por Folha com Agências
Foto: O Globo
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