Autoridades brasileiras e espanholas se reúnem nesta segunda-feira (4), em Madri, capital da Espanha, para tentar negociar um acordo que encerre o impasse envolvendo imigrantes e turistas dos dois países. Nos últimos dois meses, as tensões aumentaram depois que o governo do Brasil adotou as chamadas medidas de reciprocidade, aumentando o rigor para o ingresso de espanhóis em território brasileiro. A iniciativa só ocorreu porque brasileiros reclamam de discriminação na Espanha.

Há cerca de três semanas, o ministro das Relações Exteriores da Espanha, José Manuel García-Margallo, esteve em Brasília e indicou que há disposição do governo espanhol de mudar o tratamento dispensado aos brasileiros.

Desde 2007, cerca de 11 mil brasileiros foram barrados ao tentar entrar na Espanha, número considerado elevado pelas autoridades brasileiras. Mas há sinais de que esse número vem caindo ao longo dos anos. O número que não diminui, no entanto, de acordo com o Itamaraty, é o de queixas dos brasileiros em relação ao tratamento recebido das autoridades espanholas. Na Espanha, houve casos de cidadãos brasileiros que ficaram até três dias detidos no aeroporto.

Situação vivida pela guanhanense Maria Helena Ferreira de Miranda, que disse ter passado por uma humilhação sem tamanho. Ela foi barrada no dia 18 de maio ao desembarcar em Madrid, antes da conexão para pegar o vôo com destino a Veneza, cidade onde iria passar algum tempo a convite de uma amiga que é cidadã italiana.

Maria Helena foi detida e interrogada pelo setor de imigração da Espanha, seus pertencentes foram vistoriados e ela chegou a passar a noite em um alojamento policial. No dia seguinte, foi escoltada até um avião e deportada do país. Até hoje ela não sabe o motivo dessa humilhação.

Dias depois, a guanhanense que contabilizou o prejuízo, comprou novas passagens e sem escala, conseguiu chegar a Veneza. Com o apoio da amiga, Maria Helena informou que vai entrar com uma ação na Justiça Italiana e reivindicar por todas as despesas e pelo sofrimento que passou.