Dor no corpo, febre, manchas no corpo, coceira. Mal-estar geral. São muitos os sintomas causados pela dengue, chikungunya e zika, doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. O pequeno inseto se transformou em um dos principais vilões da saúde pública, e não são poucas as tentativas para abatê-lo. Uma delas pode ser considerada um inimigo de peso: o Mosquitrap.
Desenvolvido pela UFMG e licenciado para uso comercial para a Ecovec, uma start-up instalada no Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BHTec), a tecnologia é capaz de reduzir em até 60% os casos das enfermidades, quando associada a medidas de combate ao mosquito. "Fizemos uma pesquisa em 21 municípios mineiros de diferentes regiões e percebemos que onde a armadilha foi aplicada houve redução de 60% de casos na comparação com cidades vizinhas", afirma a bióloga e diretora Científica e Executiva da Ecovec, Cecília Marques.
Como funciona
O Mosquitrap é semelhante a um vaso de planta, com condições ideais para que a fêmea do Aedes aegyptiponha os ovos. Dentro, há um agente químico que atrai o mosquito e, o principal, uma cola que não o deixa sair. As fêmeas recolhidas são enviadas para o laboratório da empresa, localizado em Belo Horizonte. Em 24 horas é possível saber se aquele mosquito é portador ou não de alguma das doenças que têm atormentado a sociedade. As armadilhas são monitoradas semanalmente.
"As análises são tão minuciosas que podemos saber se os mosquitos são portadores de dengue 1, 2, 3 ou 4, por exemplo", afirma Cecíllia. Ela afirma, ainda, que as validações científicas apontam que o ideal é que 16 armadilhas sejam instaladas por quilômetro quadrado, o equivalente a um Mosquitrap a cada três quarteirões.
Compilação
Os dados recolhidos são enviados, por meio de aparelhos eletrônicos, a uma central de informações, capaz de compilar os números e elaborar gráficos. Desta forma, o gestor de saúde pública sabe, exatamente, qual área possui maior incidência de mosquito infectado e, portanto, em qual região ele deve atuar com mais ou menos intensidade.
"Além de reduzir os casos, é possível diminuir os gastos no combate à dengue, já que as ações serão melhor direcionadas", ressalta Cecília.
Por Hoje em Dia Foto:Wesley Rodrigues/Hoje em Dia
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