Oitenta municípios de Minas estão em estado de alerta ou de risco para as doenças causadas pelo mosquito Aedes aegypti, que transmite a dengue, a febre chikungunya e a zika. Em 2017, a situação pode se agravar, devido à previsão de chuvas mais intensas.
Os dados estão no Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (Liraa), divulgado nessa quarta-feira (14) pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG). As 80 cidades nessas condições, em várias regiões mineiras, têm alta incidência do inseto – atraído por altos índices de temperatura e de umidade, reproduzindo-se em água parada.
No início deste mês, o diretor regional da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) no Mato Grosso do Sul, Rivaldo Venâncio, disse que as epidemias de doenças transmitidas pelo mosquito serão maiores no verão de 2016/2017 em relação à última temporada devido à condição climática. Belo Horizonte e região metropolitana terão o verão mais quente e mais chuvoso dos últimos quatro anos, conforme previsão da Cemig informada no mês passado.
Dados. O boletim epidemiológico divulgado nessa quarta (14) mostra que, neste ano, foram identificados no Estado 526.902 casos prováveis de dengue (61% das ocorrências do Sudeste), quase 400 mil casos a mais do que no ano anterior. Foram 247 mortes por dengue em 2016.
Os números foram os maiores dos últimos quatro anos. Até então, a maior quantidade divulgada pela SES-MG havia sido em 2013, ano em que houve troca de gestão nas prefeituras. Foram notificados 413.743 casos prováveis da doença naquele ano.
Semelhante ao de 2013, o cenário político do próximo ano, com a entrada de novas equipes nas gestões municipais, é mais um problema com o qual a administração estadual deve se preocupar. “Em 2017, temos o objetivo de realizar um monitoramento da situação junto aos municípios”, disse Rodrigo Said, subsecretário de Vigilância e Proteção à Saúde.
Na semana passada, o governador Fernando Pimentel (PT) decretou calamidade financeira no Estado. Entretanto, Said garantiu que a situação econômica não afetará o repasse de recursos para as cidades mineiras.
“Em 2016, nós repassamos aos municípios cerca de R$ 65 milhões em recursos e, neste mês, publicamos uma resolução para destinar mais R$ 37 milhões para o início do próximo ano, além dos recursos do Ministério da Saúde”, disse. Nos últimos três anos, o mesmo valor foi destinado às cidades mineiras.
Campanha. A Secretaria de Estado de Saúde deu início nessa quarta (14) à Campanha de Enfrentamento ao Aedes aegypti. A iniciativa tem como principal objetivo o combate ao inseto. Dentre as ações previstas estão a realização de mutirões, a mobilização da população e a contratação de agentes de saúde.
Propaganda. Essas ações acontecerão durante todo o ano de 2017, entretanto, em dezembro, a campanha irá circular em rádios da capital e do interior, em jornais e cartilhas que serão entregues à população.
Por O Tempo
Deixe um comentário