Guerreira e vencedora, vovó Lindaura e vovô José Pires, aprenderam que a idade já não é mais sinônimo de fragilidade. “Não foi fácil. Mas o que eu podia fazer? Peguei o berço dele, coloquei no meu quarto e começamos a cuidar dele. Só devolvi para a mãe quando ela voltou dos Estados Unidos, há poucos meses”, relata.
A mãe chegou e encontrou o filho saudável, bem educado, cursando faculdade de Direito, aos 18 anos. Depois de tantos anos de espera, o reencontro foi saudável e recheado de emoções. O neto Luis Fellipe Caldeira Pires conta como foi ter os avós como pais e receber de volta a verdadeira mãe. “Meu avô que é o meu pai. Somos muito amigos. Ele sempre me incentivou muito a estudar e sou muito grato a eles. Hoje ainda tenho mais liberdade com minha avó do que com minha mãe. Ela me dá conselhos sobre namoro, já a minha mãe, puxa a orelha”, conta o jovem com bom humor.
E o chamego na casa da vovó e do vovô ainda não acabou, mesmo com a chegada da mãe. Na hora do café da manhã, do almoço ou do jantar, é na casa deles que é possível encontrar Luis Fellipe. “Eles cuidaram muito bem de mim, me deram ótima criação”, conta.
Os avós de Luis Fellipe são um exemplo que ilustra bem as inúmeras histórias de famílias que deixam os filhos para tentar uma vida melhor em outros países. “Com toda sinceridade posso dizer que essa experiência me deixou muito feliz. E meu marido e eu continuamos cuidando com todo carinho e amor como se fosse nosso filho”, diz dona Lindaura.
E para os inúmeros avós que também “adotam” seus netos, a vovó coruja deixa um conselho: “Eu acho que a gente deve sim fazer isso pelos nossos netos. Eu me achava muito idosa para cuidar de um bebê, mas graças a Deus correu tudo bem e hoje vemos que tudo valeu à pena”, finaliza.
Por Samira Cunha
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