A justiça definiu nesta quinta-feira (24), em júri popular, a condenação de Marcelo Júnior de Almeida (29) acusado de participação na morte do fazendeiro Isnard Carvalhaes em dezembro de 2010.
Ele foi preso, mas conseguiu fugir da Cadeia no dia 16 de abril de 2011. Marcelo foi julgado à revelia e condenado a 21 anos de prisão. O julgamento aconteceu de 10h às 17h desta quinta-feira (24), no Fórum de Peçanha.
Apenas uma pessoa foi ouvida neste julgamento que foi o vaqueiro da fazenda onde a vítima foi morta. Ele repetiu todo o depoimento que já havia dado informando sobre o que viu, já que foi quem ouviu os tiros e o primeiro a chegar à cena do crime.
Estava presente o novo promotor de justiça de Peçanha, doutor Renato, com o apoio do promotor Flávio César de Almeida Neves. E ainda o advogado da família, José Arteiro Cavalcante.
Na manhã desta sexta-feira (25), a produção da Folha FM conversou com exclusividade, com um dos membros da família de Isnard que falou sobre como foi para a família, revisitar o passado dentro de mais um julgamento. “Foi um júri muito difícil, porque apesar de não ter a presença do réu, ele é uma pessoa muito temida, e com outros crimes bárbaros”.
O parente da vítima que tem nesta reportagem a identidade preservada por segurança, contou ainda que a comunidade demonstra insegurança e medo. “As pessoas demonstraram isso. E até foi mencionado no tribunal que se não fosse o empenho da família, a ação da justiça poderia ter sido mais morosa”.
Apesar de ter chegado ao fim a etapa de julgamentos, a família ainda não se sente à vontade para viver apenas o luto e fazem um apelo para que a comunidade não se cale. “A família não se sente numa situação que agora é só viver o luto, porque o luto foi com a luta. Agora é necessário todo o apoio da população para ele [Marcelo] ser capturado. Não temos como impedir que outras famílias sofram o mesmo, mas se pudermos vamos diminuir essa criminalidade”, declara emocionada.
Outros crimes
Ao ser condenado, Marcelo foi enquadrado no crime de assassinato, com motivo fútil e situação que dificultou a defesa da vítima. Ele já é condenado por uma agressão seguida de morte contra o próprio irmão e está indiciado no crime de latrocínio contra um taxista de Guanhães. Além disso, é suspeito de envolvimento em outros crimes.
Por Samira Cunha