A vacina contra o vírus sincicial respiratório (VSR), responsável por 80% dos casos de bronquiolite e 60% de pneumonias em crianças menores de 2 anos, passará a ser oferecida pelo SUS em novembro deste ano. A distribuição da vacina na rede pública para a proteção de gestantes e bebês começa na segunda quinzena de novembro.
Em 2025, os casos de VSR em bebês tiveram um aumento de 52%. Na rede particular, a vacina para bebês pode custar até R$3.680, em média. O VSR é comum no inverno e complicações associadas a ele, como bronquite, bronquiolite e pneumonia, levaram a 83 mil internações de bebês prematuros, entre 2018 e 2024, no Brasil.
A imunização materna favorece a transferência de anticorpos para o bebê, o que contribui para a proteção nos primeiros meses de vida, período de maior vulnerabilidade ao VSR.
A vacina tem potencial para prevenir cerca de 28 mil internações por ano, oferece proteção imediata aos recém-nascidos e vai beneficiar aproximadamente 2 milhões de bebês nascidos vivos.
O risco é mais elevado entre os prematuros, cuja taxa de mortalidade é sete vezes maior do que a de crianças nascidas a termo. Com a vacina, espera-se ter uma prevenção da bronquiolite e também das repercussões da doença. O infectologista Renato Kfouri explica que há cada vez mais evidências apontando para a associação entre ter uma bronquiolite e desenvolver o chiado recorrente e asma.
“Países que já implementaram estratégias de prevenção da bronquiolite já reduziram em quase 50% as visitas a serviços de emergência por qualquer causa. Os prontos-socorros já ficaram 50% mais vazios, assim como as UTIs, promovendo a possibilidade de uso da terapia intensiva dos leitos para outras utilidades”, destaca Kfouri.