Na tarde desta quinta-feira (26), a reportagem da Folha recebeu um informativo do Serviço de Vigilância Municipal sobre os cuidados e prevenção de casos de gastroenterite, já que houve um aumento significativo no número de casos na cidade desde o mês de agosto deste ano.

O aumento ocorreu inicialmente no distrito de Sapucaia, que já está sob controle. Na zona urbana de Guanhães, o registro hospitalar e das Unidades de Atenção Básica, pela procura de atendimento médico por pessoas com diarreia e vômito, também apresentaram aumento desde agosto.

De acordo com o Serviço de Vigilância, existe um programa de monitoramento da água, chamado VIGIÁGUA, que é realizado mensalmente tanto no sistema de distribuição do SAAE, quanto em pontos estratégicos de locais públicos. Assim é monitorada e avaliada a qualidade da água no sistema de distribuição e na chegada dela às residências.

Neste ano, desde julho nenhuma alteração na água foi registrada. Todos os resultados foram satisfatórios e a água está sendo distribuída dentro dos parâmetros exigidos.

Sobre os casos de gastroenterite, segundo o informativo, não estão concentrados em apenas um local, pelas investigações, eles estão ocorrendo em todos os bairros da cidade.

O serviço de Vigilância Epidemiológica já informou as referências Regional e Estadual sobre o aumento e um trabalho de investigação será realizado com notificação dos casos e coleta de material para determinar as possíveis causas, definindo assim todo cuidado necessário para o controle e a prevenção de novos casos.

Inicialmente as investigações vão estar voltadas para possibilidade de infecções por microrganismos, já que não há registros de alterações da qualidade da água nos últimos meses e o município não tem associação dos casos com ingestão de alimentos em um mesmo local.

A reportagem da Folha conversou com o médico pós Graduado em Gastroenterologia e Endoscopia Digestiva, Dr. Samarony Gonçalves Godinho. Confira tudo sobre a gastroenterite, o que causa, seus sintomas, o tratamento e como prevenir.

A Gastroenterite é a inflação do trato gastrointestinal que afeta o estômago e o intestino delgado. Ela pode ser causada por infecções virais, bactérias, parasitas ou fungos e pode ocorrer em qualquer época do ano.

De acordo com Samarony, a gastroenterite viral é a mais comum. A transmissão pode ser por alimentos que não foram devidamente preparados, por água não potável ou pelo contato direto com uma pessoa infectada. Justificando assim a presença de maior número de casos em crianças.
O vírus mais comum é o rotavírus em crianças e em adultos os mais comuns são os norovirus e Campylobacter.

Segundo o médico, não são necessários exames para diagnosticar a gastroenterite, podendo ser diagnosticada através dos sintomas. Os mais comuns são diarreia, vômitos e dor abdominal. Casos mais graves apresentam febre, adinamia (fraqueza muscular) e desidratação.

As medidas higiênicas rotineiras são as principais formas de se prevenir, “Lavar as mãos constantemente com sabonetes, beber apenas água potável, evitar levar a mão à boca e lavar bem os alimentos, são algumas das medidas que ajudam a prevenir”, afirma o gastroenterologista.

O profissional explica que a melhor forma de tratamento é a hidratação vigorosa, existem ainda fórmulas de reidratação oral que é a combinação de água, sais e açúcar.

“Em alguns casos mais graves a hidratação venosa e repositores de flora são necessários e em casos de gastroenterite bacteriana o uso de antibióticos deve ser avaliado pelo médico”, alerta Samarony.

O médico ressalta que na gastroenterite a dieta não deve ser suspensa, a alimentação deve ser mantida e a ingestão de líquido deve ser aumentada. Lembrando sempre de procurar atendimento médico em casos de dúvidas.

Por Folha com informações Vigilância Epidemiológica