Morreu nessa terça-feira (9), aos 87 anos, Dona Lucinha, cozinheira natural do Serro, fundadora da rede de restaurantes em Belo Horizonte e São Paulo que leva o seu nome. Ela é considerada dentro e fora do Brasil como a maior representante da cozinha raiz de Minas Gerais.
Ela faleceu em casa, após relatar um mal-estar aos familiares. Segundo Marcia Clementino, filha da cozinheira, Dona Lucinha tinha mal de Alzheimer e a doença teria agravado nos últimos meses. A filha relatou ainda que ela teria "fechado os olhos e descansado. Com a mesma leveza de espírito que sempre espalhou."
O corpo de Dona Lucinha está sendo velado desde as 8h desta quarta-feira (10) no Cemitério Parque da Colina, onde será cremado às 16h. Mãe de 11 filhos e 25 netos, ela foi catequista, professora, salgadeira, doceira, feirante, quitandeira, diretora escolar e vereadora.
O primeiro restaurante com seu nome foi fundado em 1990. A cozinheira trabalhou por mais 40 anos, viajando pelo Brasil, em festivais que levavam a cozinha do estado a vários lugares.
Filha da cozinheira, Marcia Clementino dá sequência às pesquisas da mãe e é Coautora do livro “História da Arte da Cozinha Mineira por Dona Lucinha”, que inspirou o samba-enredo da Salgueiro, em 2015. Segundo a filha, o legado da mãe vai permanecer além das montanhas de Minas.
"Ela cultivou e levou amor por onde foi. Há mais de 60 anos ela ajudava a construir o significado da cozinha de Minas. O que vai permanecer é esse carinho e amor que ela transbordava por onde passava," disse a filha.
O chef Leonardo Paixão, um dos representantes da nova cozinha mineira, usou as redes sociais para prestar homenagem. Na foto, ele aparece ao lado de Dona Lucinha. “Hoje a cozinha mineira está de luto. A maior representante de nossas panelas, ícone de nossa gastronomia, nossa grande rainha, nos deixou”, postou.
Por G1
Foto: Via G1