No início de julho de cada ano um mundo de cores, ritmos, danças e sabores toma conta durante três dias, da tricentenária cidade do Serro. Trata-se da Festa do Rosário, um dos mais belos, fortes e tocantes eventos religiosos e populares do Brasil, e cuja origem começou ainda na antiga Vila do Príncipe.
Durante os dias de festa, praticamente todo o povo do lugar e os seus muitos visitantes se juntam ao Reinado e aos três grupos dançantes – os catopês, os caboclos e os marujos, representando os negros, índios e brancos, as etnias básicas da formação brasileira – e entram de corpo e alma, da madrugada até a noite, na celebração que traz à superfície raízes seculares da formação histórica e cultural do Brasil e de Minas.
A Festa do Rosário do Serro funde a liturgia de missas e dos atos de fé religiosa com a alegria profana. Em meio a preces comovidas explodem fogos de muitas cores, se enchem de gente as barraquinhas, e se sucedem fartos cafés da manhã, almoços e jantares em que não falta boa cachaça.
Embalados ao som de cantorias, caixas, flautas, violões, sanfonas, reco-recos, cuíca, e do “clac-clac” de centenas de flechas dos caboclos, os grupos de dançantes, ora juntos, ora separadamente, percorrem em marchas e contramarchas as ruas, ladeiras, becos e largos da velha cidade. Sempre repletos de devotos, as cerimônias culminam com a procissão de coroação de Nossa Senhora do Rosário – santa venerada pelos antigos escravos brasileiros e, até hoje, por muitos de seus descendentes.
É comovente a autenticidade com que catopés, caboclos, marujos e devotos participam da Festa do rosário, expressando de maneira espontânea, singela e sensível, no sincretismo do sagrado e do profano, as diversidades étnicas e culturais que caracterizam a formação brasileira. A Festa do Rosário do Serro representa, sem dúvida, um dos pontos altos da autêntica cultura religiosa e popular do país sendo, a um só tempo um espetáculo de beleza, fé e emoção.
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Fonte: ASCOM Serro