Nos dias 02 e 03 de agosto, sexta e sábado, o Hemocentro de Diamantina virá até Guanhães para realizar o cadastramento de voluntários à doação de medula óssea no Redome (Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea). As amostras de sangue serão coletadas a partir das 16h na sexta (02); e das 08h às 14h no sábado (03), na Galeria Macedo, situada à rua Odilon Behrens, nº 164, centro de Guanhães
A iniciativa dos moradores Roberta Andrade e Jackson Sardinha surgiu em prol da guanhanense Anne Macedo, que está internada na capital mineira diagnosticada com Leucemia Mieloide Aguda (LMA); entretanto, tal ato pode salvar centenas de outras vidas, já que quanto maior o número de pessoas cadastradas no REDOME, maior a possibilidade de pacientes com doenças no sangue encontrarem um doador compatível, o que muitas vezes é a única forma de cura.
COMO FUNCIONA O CADASTRO
As pessoas que queiram se cadastrar devem comparecer munidas de um documento com foto. (Não é necessário jejum e nenhuma outra restrição). Após preencher uma ficha com informações pessoais e assinar um termo de consentimento livre e esclarecido, será retirada uma pequena amostra de sangue do voluntário para fazer o exame de histocompatibilidade (HLA), que identificará a característica genética do doador. As informações genéticas, bem como os dados cadastrais, são enviadas para o registro do Redome. A partir de então, as informações passam a ser constantemente cruzadas com as de quem precisa de transplante.
QUEM PODE SER UM DOADOR DE MEDULA ÓSSEA
Para se tornar um doador de medula óssea é necessário:
– Ter entre 18 e 55 anos de idade.
– Estar em bom estado geral de saúde.
– Não ter doença infecciosa ou incapacitante.
– Não apresentar doença neoplásica (câncer), hematológica (do sangue) ou do sistema imunológico.
– Algumas complicações de saúde não são impeditivas para doação, sendo analisado caso a caso.
QUEM NÃO PODE SER UM DOADOR DE MEDULA ÓSSEA
Algumas enfermidades podem impedir a doação de medula:
- Pessoas que apresentam doenças degenerativas tais como: arteriosclerose, doenças cardíacas e da coluna vertebral, câncer, Mal de Alzheimer, reumatismo, esclerose múltipla, artrite deformante, artrose, glaucoma, etc...
- Pessoas diagnosticadas com HIV (AIDS)
– Portadores do vírus das Hepatites B e C (conhecido como infecção crônica)
- Pessoas com histórico de câncer e lesões pré-cancerosas
- Pessoas diagnosticadas com doenças autoimunes (Artrite Reumatóide, Lupus, Fibromialgia, Esclerose Múltipla, Psoriase, Vitiligo, Síndrome de Guillain-Barre, Púrpura, Síndrome Antifosfolipidica, Sindrome de Sjogren, Doença de Crohn, Espondilite Anquilosante).
Diabetes
Pessoas diagnosticadas dom Diabetes deverão consultar o seu médico para analisar a atual situação clínica:
– Geralmente, diabetes bem controlada, seja por dieta ou medicamento, será permitido o cadastro.
– Nos casos de Diabetes em que é necessário o uso de insulina ou outra medicação injetável para tratar a própria doença ou doenças renais, cardíacas, do nervo ou dos olhos (relacionadas com a Diabetes), o cadastro não será permitido.
Hipertensão
No caso de pacientes hipertensos, a permissão do cadastro vai depender se a doença está ou não controlada e do tipo de medicamento utilizado. O uso de medicamentos com terminação “OL”, como ‘Atenolol’ e ‘Propranolol’ impedem o cadastro.
Epilepsia
O cadastro é permitido nos casos da doença controlada, com ausência de convulsões no último ano.
ATUALIZAÇÃO E CADASTRO
As pessoas que já se cadastraram alguma vez não precisam se cadastrar novamente, mas devem manter seus dados sempre atualizados (telefone e endereço). Essa atualização não necessita ser presencial e deve ser feita no site do REDOME: http://redome.inca.gov.br/.
COMPATIBILIDADE
O doador só é acionado quando aparecer um paciente com a medula compatível. Em caso de compatibilidade, novos testes são feitos. Após os exames, se confirmada a compatibilidade, uma nova consulta é realizada ao doador para certificar se ele realmente deseja fazer a doação.
COMO É FEITA A DOAÇÃO DE MEDULA ÓSSEA
De acordo com o responsável pelos transplantes no Instituto de Cardiologia do Distrito Federal (ICDF), Gustavo Bettarello, na maioria dos casos, a doação é realizada em procedimento ambulatorial, por meio da chamada coleta por aférese, em que o doador vai tendo suas células retiradas por coleta de sangue. Neste caso, o doador faz uso de uma medicação por cinco dias para aumentar o número de células-tronco no sangue. Após o período, ocorre a coleta do sangue e a separação das células-tronco. Não há necessidade de internação nem de anestesia, sendo todos os procedimentos feitos pela veia.
Há outro método, cuja doação ocorre através de um procedimento cirúrgico que leva em torno de 90 minutos, Neste procedimento, a medula é retirada do interior de ossos da bacia, por meio de punções.
A decisão sobre o método de doação mais adequado é exclusiva dos médicos assistentes, tanto do paciente quanto do doador, e será avaliada em cada caso. Vale lembrar que a doação de medula não afeta em nada o organismo do doador, já que a medula óssea se recompõe em apenas 15 dias.
PACIENTES QUE SE BENEFICIARÃO DO TRANSPLANTE
O transplante de medula é indicado em casos de doenças do sangue como a anemia aplástica grave, outras anemias adquiridas ou congênitas, e na maioria dos tipos de leucemias (câncer de sangue), como a mieloide aguda, mieloide crônica e a linfoide aguda. O procedimento pode ser indicado ainda para o tratamento de um conjunto de cerca de 80 doenças.
Por Folha com informações REDOME