Muitos fiéis fazem essa preparação através de penitências, que são atos ofertados a Deus como prova de arrependimento dos pecados. 
A prática é rotina na vida de Stela Ferreira, 20 anos, moradora do bairro Agroder. Aos 14 anos ela começou o hábito acompanhando a avó, e nunca mais parou.

“Aos 14 anos, comecei com a penitência da carne. Deixava de comer às quartas e sextas-feiras durante o período dos quarenta dias. Aos 16 anos, além da carne, incluí o chocolate, que é algo que eu gosto muito. Nesta época, além de abrir mão destes alimentos, eu sempre procuro voltar o olhar para mim mesma, com o propósito de eliminar atitudes ruins e ser uma pessoa melhor”, compartilhou.

Lilian Souza, 30, moradora do bairro Cidade Nova, também realiza as penitências anualmente desde os 15 anos. Nos anos anteriores ela já abriu mão do refrigerante, do chocolate, da carne e de outros alimentos; mas neste ano ela escolheu uma penitência diferente.

“Neste ano, pretendo passar os quarenta dias sem reclamar e, confesso, é uma das penitências mais difíceis que já fiz. É dia após dia. No lugar das reclamações, quero trazer coisas e pensamentos positivos para a minha vida”, afirmou.

Já o morador do bairro Bom Sucesso, Diego Aguiar, 32 anos, começou as penitências na infância por influência do pai, e as levou para a vida adulta. Porém, o hábito se estende não só no período da Quaresma, mas também durante todas as sextas-feiras do ano, quando ele deixa de comer carne vermelha.

“Durante a Quaresma, além da carne, eu abro mão da cervejinha que eu tanto gosto. Acredito que atitudes assim elevam o espírito da gente. Eu como cristão, sabendo o que Jesus Cristo passou para nos salvar, acho que uma penitência dessas não é nada. Não custa a gente fazer algo do tipo, para nos sentirmos melhores espiritualmente”, disse.

Por Folha