Com ajuda do geógrafo guanhanense Matheus Marques, a reportagem da Folha descobriu o que é!
No final da tarde dessa quinta-feira (19) um fato inusitado chamou a atenção do guanhanense André Simões, morador da rua do Cristo, um dos pontos mais altos da cidade.
Eram exatamente 18h38min quando André olhou para o céu e visualizou uma sequência de estrelas em movimento. Segundo ele, elas se movimentavam em linha reta, com pouco espaçamento. O morador tentou registrar o momento, mas não conseguiu. “Eu tentei filmar, mas o vídeo ficou muito escuro. Não dá para ver. Achei até que fossem estrelas cadentes”, disse.
Por acreditar se tratar de um fenômeno astrológico, a reportagem da Folha entrou em contato com o geógrafo guanhanense Matheus Marques, que explicou o que de fato era o “objeto estranho” no céu: se tratava das luzes do Starlink, uma sequência de satélites artificiais, que estão passando com frequência sobre o Brasil.
“É bom explicar mesmo. Algumas pessoas também já me enviaram perguntando o que era. Mas podem ficar tranquilos. Ainda não se trata de óvnis e nem extraterrestres, são só satélites artificiais”, afirmou o geógrafo dando risadas.
De acordo com Matheus, o Brasil é uma das rotas de órbitas destes satélites, que podem ser vistos a olho nu. Na semana passada, ele próprio visualizou as luzes, mas elas estavam mais espaçadas.
MAS AFINAL, PRA QUÊ SERVEM ESSES SATÉLTES?
O projeto Starlink foi idealizado em 2015 pelo empresário Elon Musk e é administrado pela empresa aeroespacial SpaceX. O objetivo é fornecer cobertura global de internet para todo o mundo, por meio de uma rede de milhares de satélites, formando uma constelação de pelo menos 12 mil unidades em órbita.
Matheus explicou que a princípio, a internet não será oferecida de forma gratuita, porque as pessoas precisam comprar uma pequena antena movida a energia solar, que pode ser instalada em qualquer lugar: no deserto, na floresta ou em qualquer outro lugar é possível captar o sinal da internet.
Ainda de acordo com o geógrafo, alguns testes já foram feitos e a internet de fato funciona: “Ano passado, quando teve um furacão na América Central, utilizaram a rede starlinks para comunicações e constataram que ela é muito alta, com picos de mais de 200 megas de velocidade”, informou.
O programa Starlink teve autorização da Comissão Federal de Comunicação dos Estados Unidos (FCC) para começar a operar em 2018. Os primeiros satélites foram colocados em órbita em 2019. Atualmente já são mais de mil satélites no espaço.
Por Folha com Informações G1
Foto: Geanine Euvanis da Silva (via G1) / Registro das luzes do Starlink feito no Sul de Minas