Minha cidade, Guanhães/MG, está mais triste.
Uma jovem senhora, querida, respeitada, admirada, teve sua vida interrompida de forma inesperada, em um acidente que nos chocou profundamente.
Seu corpo, atingido violentamente por um caminhão, ficou exposto no asfalto, em uma cena devastadora, impossível de esquecer. Uma imagem que jamais deveria ter sido registrada, muito menos compartilhada.
Com o coração pesado, venho aqui expressar minha profunda tristeza, mas também minha vergonha e indignação diante da atitude de algumas pessoas que, sem qualquer empatia ou respeito, filmaram a dor, a tragédia e a morte.
Em vez de acolher, cobrir, proteger a dignidade daquele ser humano, escolheram capturar e expor.
Em vez de silêncio, fizeram barulho.
Em vez de solidariedade, buscaram likes.
Não é momento de apontar culpados é momento de refletir sobre a banalização da dor alheia.
É hora de olharmos para dentro e resgatarmos o que há de humano em nós.
A morte pede silêncio.
A dor pede cuidado.
A família pede respeito.
Peço, do fundo do meu coração, que essa tragédia não seja lembrada apenas pela brutalidade... Mas que nos convoque à consciência, à empatia e ao amor ao próximo, principalmente em momentos mais difíceis.
Lamentavelmente, o que era para ser um momento de luto e respeito foi invadido por atos de insensibilidade.
Imagens divulgadas, expondo de forma cruel o corpo da vítima, sem pensar na dor da família, dos amigos ou no que isso representa.
Filmar e postar a tragédia de alguém não é informação. É desumanidade.
É preciso se colocar no lugar do outro porque poderia ser um de nós.
Hoje, mais do que nunca, Guanhães precisa de solidariedade, união e consciência.
Que essa dor não seja em vão.
Que ela nos ensine a cuidar mais uns dos outros.
A proteger a dignidade, mesmo no fim da vida.
Diante de tamanha dor, nos solidarizamos com os familiares, amigos e com todos que amavam essa mulher tão admirada. Que seu nome e sua memória sejam lembrados com o mesmo carinho que ela espalhou em vida. Mas também não podemos deixar de reconhecer o outro lado da tragédia: o motorista envolvido.
Ele também carrega, a partir de agora, o peso dessa fatalidade.
Ele não saiu de casa para causar dor, nem para ferir ninguém.
Como tantos trabalhadores, saiu para cumprir seu dever e se viu envolvido em uma situação que marcará sua vida para sempre.
Ambos são vítimas do acaso, e isso pede de nós não julgamento, mas empatia, silêncio e oração.
Com pesar, by
Márcia Rochala filha da Raimunda.