Uma confusão no Ministério da Educação (MEC) está inviabilizando até a polêmica comissão criada para analisar as questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o que pode atrasar todo o cronograma do maior vestibular do país.
O grupo começou a trabalhar no dia 20 e deve terminar nesta sexta-feira (29) ou, no máximo, segunda (a regra previa que a análise duraria dez dias). O problema é que as perguntas consideradas inadequadas pela comissão devem obrigatoriamente ter um parecer pelo responsável pela Diretoria de Avaliação de Educação Básica (Daeb), do Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais (Inep).
O diretor Paulo Roberto Cesar Teixeira pediu demissão na quarta-feira (27), e ninguém foi nomeado para substituí-lo. Também seria do presidente do Inep a função de dar o parecer final para saber se as questões ficam ou não na prova. Marcus Vinicius Rodrigues, que ocupava o cargo, foi exonerado terça-feira, depois de desentendimentos com o ministro Ricardo Vélez Rodríguez.
O chefe da pasta disse que Rodrigues aprovou mudanças na avaliação para alfabetização sem o consentimento dele – “puxou o tapete”, conforme afirmou na quarta-feira em audiência na Câmara dos Deputados. Só depois de a comissão finalizar seus trabalhos é que serão escolhidas as 180 questões da prova deste ano, em um trabalho demorado porque envolve análises pedagógicas e técnicas, uma vez que o Enem mantém um rigoroso método estatístico. O exame será em novembro.
Conforme noticiou o jornal “O Estado de S. Paulo” com exclusividade no dia 20 deste mês, a função da comissão com três membros era a de fazer uma análise transversal dos chamados itens – as questões. O objetivo era o de “identificar abordagens controversas com teor ofensivo a segmentos e grupos sociais, símbolos, tradições e costumes nacionais”.
Por O Tempo/Edição Folha/Edição Folha