Os avanços da medicina ajudam a ampliar a expectativa de vida da população, mas isso não quer dizer que as pessoas desfrutam de saúde nesses anos extras.
A afirmação é da Organização Mundial de Saúde (OMS), que, nesta quarta, divulgou um relatório que diz que o número de pessoas com mais de 60 anos será duas vezes maior em 2050, o que exigirá uma mudança social radical.
O órgão contabiliza cerca de 900 milhões de idosos atualmente, ou cerca de 12,3% da população total. A expectativa é de que em 2050, essa fatia represente 21,5%, mais de um quinto do planeta (2 bilhões).
No Dia Mundial do Idoso, um outro relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) mostra que há pouco a ser comemorado no Brasil e no mundo. Isso porque mais da metade da população mundial, com idade a partir de 65 anos, está excluída dos Cuidados de Longa Duração (CLD).
“Uma das consequências desse fenômeno é a transformação do perfil de saúde da população, com o aumento da frequência de doenças crônicas e degenerativas”, afirma Xenia Scheil-Adlung, coordenadora de Políticas de Saúde da OIT e autora do estudo.
“Apenas 5,6% da população mundial vive em países que oferecem cobertura universal”, diz a especialista da OIT. “Esta situação deplorável se reflete no nível muito reduzido do gasto público com cuidados com idosos que, na média, equivale a menos de 1% do PIB em escala mundial”, explica ela. Na América Latina, os países com maior déficit em cuidados com idosos são Brasil, Argentina, Colômbia e México.
Some-se a essa situação dramática uma pesquisa feita pelo Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa), que mostra que parte considerável dos idosos brasileiros consome bebidas alcoólicas, embora esse comportamento na terceira idade possa aumentar os riscos de complicações da saúde e mortes, especialmente se excessivo e frequente.
Com Agências