Segundo o servente de pedreiro de 28 anos, na época em que conheceu a doméstica de 19 anos, ela teria o pedido em namoro e ele se negou. Para o servente, ela quis se vingar e por isso o acusou de estupro.
A ocorrência
De acordo com os soldados Fábio e Leandro, de São João Evangelista, a vítima compareceu apavorada e aos prantos no quartel pedindo para prender o autor que a teria estuprado. A doméstica contou aos militares que no mesmo dia foi procurada pelo suspeito para pedi-la em namoro, mas ela disse que ele deveria pedir a permissão da mãe.
À noite, por voltas das 21h30, segundo a vítima, ela saía do trabalho quando o suspeito a abordou e a levou para a casa dele. Segundo os militares, a doméstica relatou que no local o suspeito a jogou em cima da cama e a obrigou a ter relação sexual com ele, e depois a deixou ir embora. Ainda segundo relatos da PM, a jovem contou que o servente a ameaçou de morte caso ela contasse o fato a alguém. Disse ainda que faz uso de remédio controlado.
Os envolvidos foram encaminhados para delegacia de Guanhães e ouvidos pelo delegado de plantão, Emerson Morais. De acordo com o delegado, em depoimento a vítima confirmou o estupro e afirmou que o suspeito “tampou sua boca” para que não gritasse. Sobre como saiu da casa, a versão foi diferente da que foi dada aos militares. Dessa vez, ela disse que conseguiu fugir após o crime e que ele correu atrás dela.
Já o suspeito, conforme informou o delegado, contou em seu depoimento que eles “ ficaram”, mas nega a acusação, alegando que o ato sexual não aconteceu e que não forçou nada com a jovem.
Em entrevista à FOLHA, o acusado contou sua versão. “Ela já havia me cumprimentado mais cedo, começamos a conversar até sobre relacionamento. Quando foi à noite, nos encontramos e como estava fazendo frio, a chamei para pegar uma blusa na minha casa, e acabou rolando um clima. Nos beijamos, trocamos carícias, ela demonstrou estar nervosa e falou que não podia fazer nada. Em seguida, saiu às pressas dizendo que estava tarde. Quando entrei no banho, a polícia já estava na minha casa”, informou e ainda garantiu que o que aconteceu foi com consentimento da jovem.
E ele se defende. “Eu não agredi, não estuprei e nem ameacei ninguém. Ela também estava envolvida. Minha consciência está tranquila, o que eu não fiz eu não assumo”.
Prisão
Segundo o delegado Emerson Morais, nesse caso a vítima é sua grande testemunha. “Pelo depoimento da vítima, verifica-se que fatos se passaram dentro da casa do suspeito, ou seja, sem testemunhas, e, portanto, a palavra da vítima importa muito e pode justificar o indiciamento do investigado, juntamente com as demais provas”.
A vítima foi levada ao Hospital Regional de Guanhães, onde foi examinada pelo médico legista e medicada com coquetel antiaids e pílula do dia seguinte. Morais ainda solicitou que fosse recolhido possível material espermático do suspeito no órgão genital da vítima para exames no Instituto de Criminalística de Belo Horizonte. O resultado do exame vai poder provar qual versão dos fatos é a verdadeira.
O suspeito foi preso em flagrante, passou a noite na cadeia de Guanhães e foi transferido hoje (21) para São João Evangelista.