Ele é chamado pelas vítimas como um verdadeiro “fazedor de estragos”. Entra em casas de diferentes bairros de Guanhães e rouba tudo o que consegue levar, principalmente alimentos. Há dias a Folha de Guanhães recebe inúmeras ligações de pessoas indignadas com a injustiça, cansadas de denunciar e ver o suspeito caminhando livremente, fazendo novos estragos.
Na tarde desta terça-feira (25), ele foi mais uma vez detido e ao que tudo indicava, seria o dia de comemoração das vítimas. Mas não foi bem assim. Por volta das 13h, o jovem que tem 20 anos, é natural de Dom Joaquim, mas vive em Guanhães, foi novamente levado para a delegacia. Desta vez ele teria sido visto roubando na casa de um cadeirante no Bairro Alvorada.
O pai da vítima, um senhor de 76 anos, foi quem testemunhou o furto e relatou à Polícia Militar que foi acionada e compareceu ao local. A testemunha indicou o jovem como autor contando que ele conseguiu entrar após abrir o cadeado com uma chave. O jovem levou 5 quilos de arroz, 5 quilos de feijão e 5 quilos de açúcar, e quebrou uma das gavetas do armário da cozinha.
Os policiais encontraram o suspeito nas proximidades da casa da vítima e deu voz de prisão em flagrante, mas com ele não foram encontrados os produtos de furto e nem a chave que teria sido utilizada no arrombamento. Na delegacia, ele deu sua versão e mais uma vez negou que fosse o autor.
Pela falta de elementos suficientes para manter o suspeito preso, já que com ele não foi encontrado nada, ele acabou sendo liberado. Segundo informações da polícia civil, outro fator que contribuiu pela soltura foi a ausência da vítima e testemunha que alegaram falta de condições físicas para se locomoverem até a delegacia.
Mais surpreendente ainda é a tranquilidade do suspeito, que foi visto dormindo há poucos metros da delegacia, logo que foi solto.
Vítimas
“A polícia prende, depois solta e o ladrão volta a invadir nossas casas”, este é o desabafo de uma das vítimas que procuraram a produção da Folha de Guanhães. E por medida de segurança, os nomes serão mantidos em sigilo. Segundo essa cidadã que mora no Bairro Village, o jovem é autor de vários furtos nas imediações dos bairros Alvorada, Village e Milô. Mas segundo policiais militares, ele age em bairros de toda a cidade.
“Todos sabem quem ele é, tem até foto dele no quartel. Foi preso em flagrante quando estava roubando em uma mercearia e eu questionei a um policial porque ele está solto, então ele disse que é porque a PM faz a parte deles de prender, mas depois é solto. Será que quem solta não tem medo de também ter a casa assaltada por ele?”, indaga.
Segundo esta vítima, na casa dela o autor conseguiu entrar pela janela e agiu sozinho levando muitos alimentos e ainda uma câmera fotográfica digital. “Ele come tudo o que está na casa, comeu um bolo inteiro. Leva tudo e depois vende ou troca. Minha carteira ficou revirada”, relata indignada.
Sentimentos como o desta mulher viveu também uma moradora do Milô que contou sua experiência à produção da Folha. “Ele levou iogurte, carne e todos os alimentos que havíamos comprado na compra do mês. Até uma cachorra grande e brava que tínhamos, ele parece ter levado, pois sumiu no dia do furto e depois só encontramos a coleira dela”, desabafa.
Para tentar se protegerem, as vítimas procuram criar mais segurança para suas casas, mas o que eles mais querem, é ter a certeza de que o autor ficará preso.
Por Samira Cunha