O julgamento foi confirmado pela defesa de Charles que em entrevista à reportagem da Folha, informou que ele está tranquilo e vai confirmar a versão dada a Polícia Civil no ano passado. A defesa informou também que não vai negar o fato, e sim tentar atenuar a pena ao máximo devido as qualificações do crime.
A motivação teria sido as pressões e chantagens feitas por Raquel, que na época, segundo a defesa, disse estar novamente grávida de Charles, com quem já tinha um filho de seis meses, e por não estarem em um relacionamento sério, tentou acabar com o noivado dele.
Entenda o caso
Charles já estava com mandado de prisão preventiva e se entregou no dia 25 de março, no Departamento de Investigações (DI) de Belo Horizonte, de onde foi transferido para a Cadeia Pública de Santa Maria do Suaçuí, onde está atualmente. O jovem estava foragido desde a descoberta do corpo da vítima, no dia 5 de março.
Segundo informou o então delegado de Santa Maria do Suaçuí, responsável pelas investigações, Emerson Morais, Charles confessou ter matado Raquel, mas apresentou versão diferente das já apresentadas por dois colegas que o ajudaram a fazer a cova onde o corpo foi enterrado.
Em seu depoimento, Charles contou que na noite do crime, ele estava com Raquel no sítio que pertence à sua mãe (local onde foi encontrado o corpo), na cidade de José Raydan, e lá começaram a discutir. Ele alegou que deferiu contra ela golpes de faca, porque antes disso, ela teria o agredido com tapas e ameaças.
Ainda segundo informações da Polícia Civil de Santa Maria do Suaçuí, o preso relatou que encontrou a faca em cima do telhado da casa velha do sítio. Em seguida, ele enterrou a garota num buraco onde, segundo ele, seria feita uma cisterna.
História bem diferente do que contam os dois outros investigados. Ambos disseram que Charles os teria levado até o local para cavar uma cova para Raquel.
Charles e Júlio Cesan Rodrigues Frois (20), preso por confessar ter ajudado na escavação juntamente com o adolescente A.P.A. (17), foram indiciados pelos crimes de homicídio qualificado com motivo torpe, meio cruel; dissimulação e recurso que dificultou ou tornou impossível a defesas da vítima; e ainda ocultação de cadáver e corrupção de menor por terem envolvido um adolescente. Se condenado amanhã, Charles pode pegar até trinta anos de prisão.