A Justiça condenou o ex-padre João Marcos Porto Maciel, de 75 anos, a 20 anos de prisão, em regime fechado, pelo estupro continuado de um menino, entre 2007 e 2010, em Caçapava do Sul, na região Central.
Pela decisão, do juiz Leonardo Bofill Vanoni, da 2ª Vara da Comarca de Caçapava, o réu, que permanece preso em cela isolada, não pode recorrer em liberdade. O processo tramita em segredo de Justiça.
O caso veio à tona através de um livro escrito por uma suposta vítima. Nele, o homem descreve os abusos sofridos em Minas Gerais (Diamantina), quando tinha 12 anos e fazia parte de um coral regido pelo acusado, na década de 60. Durante a investigação policial, foram localizadas mais três possíveis vítimas, de cidades diferentes.
Conhecido como Dom Marcos de Santa Helena, o ex-religioso teve negados, em agosto do ano passado, os pedidos de liberdade provisória. Provas apresentadas pelo Ministério Público confirmaram indícios de que o ex-padre cometia os crimes no mosteiro que dirigia, fechado em dezembro de 2014 pela Prefeitura.
Excomungado da Igreja Católica e expulso da Anglicana, em 2011, Dom Marcos foi alvo da operação “Silêncio dos Inocentes”, da Polícia Civil. Durante a detenção, foram apreendidos, além de armas, cerca de R$ 6 mil.
No Vale do Jequitinhonha
O estopim para a abertura da investigação que levou à prisão de dom Marcos de Santa Helena, foi a publicação, em março, do livro Sem Medo de Falar – Relato de Uma Vítima de Pedofilia, do empresário mineiro Marcelo Ribeiro, 48 anos.
O autor foi vítima dos crimes quando tinha entre 12 e 16 anos. Na época, Ribeiro era coroinha da igreja de Diamantina, e o então padre era maestro do coral.
Os abusos eram esporádicos, mas passaram a ser diários quando os dois se mudaram com o coral para Novo Hamburgo, região metropolitana de Porto Alegre (RS). Ribeiro confiava no padre e foi sendo assediado aos poucos, com beijos, até chegar ao sexo.
Por Minas Hoje/Edição Folha