O queijo de minas artesanal produzido no município do Serro, já é conhecido em todo o país pela qualidade e o paladar típico. Agora, uma descoberta científica tende a turbinar a fama do produto, impulsionando a atividade e os lucros dos produtores: o município tem no ambiente uma espécie de fungo, o Geotricum candidun, também existente na região da Normandia, na França, responsável pelo sabor e o diferencial que faz do camembert um dos célebres queijos europeus.
O estudo sobre a presença da levedura na região mineira foi realizado pela pesquisadora Michele Aragão, da Universidade Federal de Lavras (Ufla), sob a coordenação do professor Luis Roberto Batista.
“A pesquisa confirmou que o mesmo fungo conhecido há muitos anos na França existe no Serro de maneira natural, fazendo parte do nosso terroir (palavra francesa usada para definir a soma dos efeitos naturais de um lugar sobre determinado produto). Isso dará uma guinada para a produção do queijo maturado na nossa região, agregando mais valor ao produto”, afirma o produtor Tulio Madureira, proprietário da fazenda Pedra do Queijo, onde a pesquisa foi iniciada há um ano.
Localizada perto de Diamantina, a cerca de 70 quilômetros de Guanhães, a cidade conta com cerca de 800 produtores de queijo artesanal. As leveduras da região garantem sabor e qualidade ao produto maturado. O típico queijo do Serro é produzido desde os tempos do Brasil colônia e a atividade é perpetuada pelas famílias envolvidas na produção. A de Tulio Madureira está na quinta geração de parentes que investiram no negócio.
Por Estado de Minas/Edição Folha