Boa parte dos brasileiros ainda sente muita dificuldade em lidar com o próprio orçamento. O último Observatório da Febraban, a Federação Brasileira dos Bancos, mostrou que 55% admitem saber pouco ou nada de educação financeira, ainda que o assunto requeira muita atenção.
A distância entre interesse e conhecimento faz com que pequenas escolhas do dia a dia se transformem em dívidas, atrasos e perda de planejamento, especialmente em um cenário de renda comprimida e custo de vida elevado. Mas para ter as finanças organizadas não é necessário nenhuma fórmula mirabolante.
Quem garante é Camila Poltronieri Flaquer, da Recovery, plataforma do Grupo Itaú especialista em recuperação de crédito no Brasil. “Quando a pessoa entende quanto ganha, quanto gasta e o que pode ajustar, o planejamento aparece e as decisões ficam menos pesadas”, afirma. Confira as dicas da especialista para sanear as contas e sair do sufoco em 2026.
Diagnóstico da vida financeira
Montar orçamento claro, com todas as receitas (entradas) e despesas (saídas). Incluir desde as despesas fixas até os pequenos custos diários, como cafés, que costumam passar despercebidos, mas fazem diferença ao fim do mês.
Organizar as dívidas
Listas dívidas com cartões de crédito (grande vilão dos gastos), juros, parcelas e prazos, a fim de definir prioridades e estratégias de quitação.
Dialogar com a família
Negociar custos e revisar hábitos de consumo torna-se mais viável quando todos os membros da família dividem responsabilidades e se empenham em gerar alguma renda mensal. A organização financeira é muito mais eficiente quando vira um projeto coletivo
Buscar novas fontes de renda
A ideia não é trabalhar dobrado, mas aproveitar habilidades existentes, sempre que possível: cozinhar marmitas, vender produtos, dar aulas, fotografar festas, prestar pequenos serviços ou fazer trabalhos pontuais online. Mesmo pequenas quantias mensais podem fazer muita diferença quando usadas com estratégia.
Renegociar dívidas com planejamento
Após identificar quanto você tem disponível por mês, chega a hora de renegociar dívidas em aberto. Pagamentos à vista costumam garantir descontos maiores. Alongar o prazo ou consolidar várias dívidas em uma só pode facilitar o controle e quitação desses valores. Ficar de olho em programas de incentivo do governo como o Desenrola Brasil, disponibilizado no começo de 2025, e negociações diretas com empresas especializadas
Reserva de emergência
Não importa se o valor guardado é pequeno: começar com R$ 30 por mês já cria um colchão capaz de evitar novas dívidas. A reserva deve permanecer num investimento de liquidez rápida (como a poupança) e só ser usada em situações urgentes, como despesas médicas, imprevistos domésticos ou alimentação.
Reduzir cartões e controlar o crédito
Reduzir cartões, anotar compras parceladas e pagar sempre o valor total da fatura. Deixar o cartão em casa e priorizar o débito pode ajudar quem costuma agir por impulso.
Revisar hábitos de consumo
Delivery de refeições com frequência, uso de carros de aplicativo, lanches fora de casa, assinaturas de streaming pouco usadas, compras motivadas por promoções e até jogos de aposta pesam no orçamento mensal. Identificar esses custos, ajustar o necessário e pensar bem antes da compra podem contribuir para a redução de despesas, além de trazer saúde financeira e bem-estar para as famílias. (Por Hoje em Dia)