Manifestantes ligados a centrais sindicais e a movimentos de esquerda se reuniram ontem (21) em diversas cidades do país. Eles protestaram contra o governo federal e a favor de eleições diretas. No Rio de Janeiro, em Brasília e no Recife os protestos tiveram pouca adesão na manhã desse domingo. Em Porto Alegre, o ato foi cancelado em razão do mau tempo.
As manifestações foram motivadas pela delação premiada dos empresários Joesley e Wesley Batista, donos da JBS. Sábado (20), o presidente Michel Temer afirmou que segue na Presidência da República e pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a suspensão do inquérito que o investiga.
Belo Horizonte
Em Belo Horizonte, os manifestantes se reuniram às 9h na Praça da Liberdade e seguiram para a Praça Sete, tomando ruas do centro da capital mineira. Assim como o ato realizado na última quinta-feira (18), a convocação foi realizada pela Frente Brasil Popular e pela Frente Povo Sem Medo, grupos que reúnem centrais sindicais, sindicatos, organizações estudantis e entidades dos movimentos sociais.
O principal mote dos manifestantes foi o pedido de eleições diretas. "Só o voto popular pode resolver essa imensa crise política, resgatar a democracia e credibilidade na principal instituição brasileira" informava a convocação nas redes sociais.
Segundo Beatriz Cerqueira, presidente estadual da Central Única dos Trabalhadores (CUT-MG), a eleição indireta não resolve a crise no país. "Na eleição indireta, o Congresso elegerá o presidente da República e na sequência aprovará as reformas da Previdência e trabalhista. Por isso, para nós a única saída é ocupar as ruas gritando Diretas Já. Queremos de volta o direito de eleger o presidente", disse.
Para a sindicalista, o país vem piorando. "Essa tem de ser uma luta de todos os brasileiros. São 14 milhões de desempregados. Por isso também queremos reformas do Judiciário, tributária, porque o pobre é quem mais paga imposto hoje no Brasil, e política, porque os deputados e senadores estão sempre votando contra os interesses da população."
Por Agência Brasil/Edição Folha