Chegada de férias escolares é também tempo propício para brincadeiras ao ar livre e os famosos papagaios e pipas. Porém, muitas vezes, essas atividades chegam acompanhadas de um grande risco para a segurança: o uso de cerol ou linha chilena.
Com objetivo de alertar a população sobre os perigos envolvidos na utilização das linhas cortantes, a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) lançou nessa segunda-feira (15/7) mais uma edição da campanha “A Vida por um Fio”. Uma campanha digital, desenvolvida principalmente para as redes sociais, quer chamar a atenção para o tema e, ainda, incentivar denúncias anônimas ao Disque Denúncia 181 do comércio ilegal desse tipo de material e dos locais onde são fabricados.
Somente este ano, entre janeiro e junho, já foram registrados 14 acidentes de trânsito em Minas com vítimas da utilização do cerol - sendo que em dois deles houve óbito. No mesmo período do ano passado, 11 acidentes nesses moldes foram registrados e, em todo o 2023, 23. Os números podem ser acessados no Painel de Acidentes de Trânsito do Observatório de Segurança Pública da Sejusp, por meio do site www.seguranca.mg.gov.br/.
Campanha
Durante todo o mês, a Sejusp trará, por meio do Instagram (@seguranca.minas), dicas e alertas sobre os riscos do uso de linhas cortantes, de forma que a diversão não ofereça risco a ninguém. Um vídeo com um depoimento de quem vive de perto o medo de ser atingido por cerol dá o pontapé inicial na ação.
REDE ELÉTRICA
Apenas em junho deste ano, 144 mil clientes tiveram o serviço interrompido em função de ocorrências na rede elétrica relacionadas a pipas.
O número revela um aumento de quase 92% em relação ao último levantamento da companhia, quando foi informado que mais de 150 mil consumidores haviam tido o fornecimento de energia prejudicado, entre janeiro e maio de 2024. Somando, somente no primeiro semestre deste ano, 300 mil consumidores foram afetados pela brincadeira, por conta de 1.070 ocorrências.
O engenheiro eletricista da Cemig, Demetrio Aguiar, destaca que soltar pipa não é o problema. O especialista alerta que a brincadeira deve ser feita em locais descampados e sem uso de linhas cortantes, pois quando uma linha de papagaio é cortada, o vento carrega aleatoriamente o aparato, que pode cair sobre redes elétricas ou vias públicas, provocando acidentes ou interrupções no fornecimento de energia.
Outra situação que também deve ser evitada é o resgate de pipas presas à rede elétrica. Essa ação é muito arriscada e pode causar acidentes graves.
Por Agência Minas/Edição Folha