O secretário municipal da Cultura e Turismo, Adriano Oliveira, reuniu-se na última quarta-feira (11), com o secretário de Estado Adjunto da Cultura, Bernardo Novais, para tratar sobre assuntos relacionados à Fazenda do Candonga, um importante patrimônio histórico de Guanhães.
Segundo Adriano, o tombamento em nível estadual do Bem foi o ponto central da reunião, uma vez que a Fazenda do Candonga possui relevância histórica não só para o município, pois pertenceu ao segundo Ciclo do Ouro de Minas Gerais.
O reconhecimento desta relevância pelo Estado se dará por meio de Tombamento, caso seja promovido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEFHA).
“Atualmente, a Fazenda Candonga é tombada pelo município e precisamos do reconhecimento do Estado, o que poderá promover a vinda de recursos para restauração”, afirmou Adriano. Segundo Bernardo Novais, uma nova reunião será agendada para início das tratativas junto ao Instituto.
O Sítio Histórico
Segundo ainda informações da assessoria de comunicação da prefeitura, o Sítio arquitetônico do Candonga possui relevante valor arquitetônico, natural, paisagístico e histórico.
O conjunto abrange os restos de mata, as diversas galerias da Mina do Candonga e a sede da fazenda. Além disso, destaca-se nas adjacências da sede da fazenda, a presença de lápides da primeira metade do século XIX, em local que corresponde a um antigo cemitério.
O seu conjunto arquitetônico e natural consiste em um bem cultural peculiar, detentor de extrema ligação com a história da região, testemunho material do período relevante das explorações auríferas no estado.
A fazenda
A fazenda está localizada a aproximadamente 7 km da cidade, onde vivem seis famílias de índios Pataxós, originariamente vindos do sul da Bahia, que vivem da agricultura, pecuária e produzem um rico artesanato.
FUNAI
Em contato com a Fundação Nacional do Índio (FUNAI), Coordenação Regional de Minas e Espírito Santo, localizada em Governador Valadares e responsável por essa região, o chefe do Serviço de Gestão Ambiental e Territorial (SEGAT), Jorge Luiz de Paula, informou a redação da Folha que “a questão de tombamento de bens materiais existe para protegê-los de intervenções que os descaracterizem e os moradores do local, no caso as seis famílias indígenas da etnia Pataxó, tomam sempre muito cuidado para não alterar qualquer detalhe estrutural”.
E explicou: “isso eles já fazem desde que chegaram, pois encontraram o imóvel completamente depredado e, hoje, a preservação vem dos cuidados que eles têm com toda a estrutura, no próprio dia a dia”, acrescentou Jorge.
Depois de questionado sobre a permanência dos indígenas no local, a partir de um possível tombamento histórico estadual, Jorge afirma que “não existe motivo para retirá-los de lá, que a FUNAI sempre prezará pela permanência deles, e que, continuará fazendo isso da maneira como sempre fez, através de ações institucionais”, acresceu.
E continuou, “o Chefe da Coordenação Técnica Local (CTL) de Carmésia, está sempre em contato com representantes do Instituto Estadual de Florestas (IEF) e da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater), para resolver qualquer impasse relacionado aos Pataxós que moram na Candonga”, e completou dizendo que “o relacionamento entre eles é tranquilo”.
Visitação e autorização
Quanto à visitação na Fazenda Candonga, Jorge explica que “é imprescindível uma autorização fornecida pela FUNAI. Afinal de contas não se entra na casa de ninguém sem estar autorizado e temos morando no local seis famílias indígenas”, finalizou.
Por Folha com ASCOM Guanhães
Foto: Internet