O vaqueiro que trabalhava para o ex-vereador de Coluna, João Claudiano Neto, confessou que matou e escondeu o corpo do patrão, nessa segunda-feira (16).
O idoso, de 76 anos, mais conhecido como João Corinto, foi visto pela última vez no dia 10 e, desde então, era procurado por sua família. Neto é pai de dez filhos.
"Ele foi encontrado enterrado perto da fazenda e o vaqueiro confessou que atirou nele. A polícia investiga agora a motivação. O que sei é que eles tiveram um desentendimento, porque meu pai estava descontando do pagamento dele um novilho que ele machucou, mas ele não concordava", afirmou um dos filho de Neto, Wenes Claudiano dos Santos, 37.
Segundo Santos, o funcionário estava com o pai há 1 ano e dois meses, mas já tinha trabalhado na fazenda em datas anteriores também. Ele morava em uma casa na fazenda, sem pagar nada por isso.
"Ele ficava me vigiando quando eu andava pela fazenda. Porque a minha ideia era vasculhar tudo. Na segunda (dia 16), encontraram um relógio do meu pai perto da casa do vaqueiro. Aí, eu pedi a delegada que atrasasse a oitiva dele e fui até o imóvel. Lá, eu achei a cela que meu pai usava debaixo da cama dele e o revólver que ele usou para matar o meu pai dentro do fogão", detalhou.
Segundo Santos, de início, o suspeito teria negado o crime, mas depois de colocado contra a parede, acabou confessando. Um antigo funcionário da vítima fez escavações e encontrou o corpo. A perícia informou à família que Neto foi morto a tiros e que o suspeito tentou esquartejar o corpo.
"O que me impressiona é a frieza desse cara, que ficou com a família o tempo todo, sete dias. Eu cheguei a oferecer uma recompensa financeira se ele encontrasse o meu pai ou se me desse uma pista", completou emocionado.
Conforme Santos, o suspeito está preso em Guanhães. O corpo João Claudiano Neto foi enterrado nessa terça-feira (17), em Coluna.
Relembre o caso
João Corinto saiu a cavalo, na companhia de um vaqueiro, para apagar uma queimada, em uma mata perto de sua fazenda, na última terça-feira (10).
Eles se dividiram em um dado momento e o idoso não foi mais visto. A égua que ele montava foi encontrada no dia seguinte, sem o arreio.
O desaparecido já foi candidato a prefeito. "Eu quero o meu pai, pelo menos morto", clamou Wene Santos à época.
Por Folha com OTempo